Devemos aproveitar toda esta vontade dos nacionais e internacionais, no desenvolvimento deste sector importante, em que as condições estão reunidas tecnicamente, dando, como exemplo, técnicos Europeus, que já fizeram experimentos com sucesso na Ilha e que acumulam vastas experiências dos Países de origem, e de países africanos por onde passaram, o que seria uma boa oportunidade de se unir o útil ao agradável para alavancar a produção de víveres indispensáveis ao consumo humano, neste momento de muitas dúvidas em relação à estabilidade global.
Por Efrem Soares
A Ilha do Sal precisa de atrair investimentos para desenvolver o seu parque industrial agrícola, para se tornar autossuficiente na produção de alimentos básicos na manutenção da nutrição, saúde física da sua população e indústria turística, que é a base económica da ilha, que está se tornando na base da economia do País.
A história da disponibilidade da água potável no Sal vem da sua descoberta, que é a causa do povoamento tardio em relação às outras Ilhas, dada a característica geológica plana, praticamente ao nível do mar, em que os lençóis freáticos são facilmente atingidos pela penetração da água do mar, aumentando a salinidade dos parcos recursos que possui.
A pouca água, de fraca qualidade existente no subsolo, deriva-se também da fraca pluviosidade anual, baseada nas características da região onde o arquipélago se localiza.
Existem fortes sinais neste aspeto, de pessoas a quererem enveredar para a produção agrícola, na escala industrial, na Ilha, iniciada por nativos e nacionais, com sistemas de produção de viveiros e agora técnicos agrícolas europeus, com experiências e know how na área, querendo também investir neste sentido, apostando na qualidade do clima e nas condições dos nossos terrenos, em que o único obstáculo é a água, sendo que a sua disponibilidade na Ilha é garantida através da dessalinização, pelo processo de osmose inversa.
Este processo que apesar de sofrer grandes evoluções na qualidade das membranas, que aumentaram a sua resistibilidade, permeabilidade e longevidade, com o consumo específico, (kW/hora/m3) relativamente baixo em relação a outros sistemas, MSF, MED, MVC e outros, ainda assim, para a produção agrícola, encarece os preços do produto final no consumidor, dado que o sistema de produção existente de energia na Ilha encarece o custo da água e as produções renováveis não contribuem para viabilização do financiamento da produção agrícola com as altas tarifas praticadas que não beneficiem a população.
São empresas criadas sem compromisso com a nação, não têm qualquer responsabilidade nos períodos de sombra e de inconstância do vento e são rentáveis, mesmo nos períodos da ausência do vento que inicia em finais de junho e vai para finais de setembro.
Devemos analisar a experiência dos países com parques de estudo científico, tecnológicos e ambientais, como os Estados Unidos e Israel, na área da dessalinização e de sistemas híbridos de dessalinizadores associados às energias renováveis, solar e eólica para a sua aplicação ao País com as necessárias adaptações de modo a minimizar os custos da produção de água dessalinizada na perspetiva de torna-la economicamente rentável na agricultura.
A utilização da Ilha como laboratório de experimentação dos protótipos é possível, pois, reunimos todas as condições necessárias para tal, uma vez que no passado o Sal serviu de cobaia nestes aspetos, para testes, por exemplo, do funcionamento de um sistema de produção de água MSF, utilizando a recuperação das energias de gases de escape dos motores de combustão interna, sendo que uma boa parte de sistemas de produção de água através da água do mar já foi experimentada na Ilha.
Devemos aproveitar toda esta vontade dos nacionais e internacionais, no desenvolvimento deste sector importante, em que as condições estão reunidas tecnicamente, dando, como exemplo, técnicos Europeus, que já fizeram experimentos com sucesso na Ilha e que acumulam vastas experiências dos Países de origem, e de países africanos por onde passaram, o que seria uma boa oportunidade de se unir o útil ao agradável para alavancar a produção de víveres indispensáveis ao consumo humano, neste momento de muitas dúvidas em relação à estabilidade global. São opiniões do cidadão Salense atento às mudanças geopolíticas e ambientais e com experiências na área da produção de água e energia, que quer ver a sua Ilha minimamente autônoma, sabendo que tudo aqui é importado. Fica a dica.
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