O presidente da Comissão Concelhia do PAICV no Maio disse esta sexta-feira que o problema de transportes marítimos tem incentivado a saída da população da ilha destacando que as pessoas não têm tido as mesmas oportunidades.
Instado a comentar a situação dos transportes marítimos na ilha do Maio, presidente da Comissão Concelhia do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Al Assis Martins, afirmou que as pessoas estão a sair, nomeadamente, devido ao problema de transportes.
“Os problemas de transporte marítimo de e para a ilha tem incentivado à saída de pessoas da ilha, devido a insistência do Governo em manter o porto num lugar mal localizado”, apontou, reiterando que o porto construído é um “porto de teimosia, de desgraça e de desgosto”.
Segundo a mesma fonte, os trabalhos de desassoreamento da rampa metálica, assoreada desde o mês de Maio, só servem para “colocar dinheiro nos bolsos dos amigos” porque, como disse, “não vai funcionar”.
Para Al Assis Martins, as pessoas na ilha do Maio não têm tido as mesmas oportunidades porque o desenvolvimento “nunca chega” a quem tem voz contrária.
“Há um desenvolvimento que é propalado e que não é realidade. Falam do desenvolvimento aos quatro ventos, mas o real desenvolvimento não existe e a perda da população justifica isso. Não podemos dizer que a requalificação urbana já é desenvolvimento, porque além disso não há mais nada a acontecer na ilha”, criticou o líder do PAICV no Maio, que destacou um poder montado “de troca de favores e de negócios” na ilha.
O entrevistado da Inforpress declarou ainda que sem desenvolvimento não se vai conseguir evitar a perda da população da ilha, projetando que “daqui há alguns anos”, haverá “mais pessoas do Maio nas outras ilhas do que na própria ilha”.
“Fala-se muito nas potencialidades da ilha, mas para quando essas potencialidades serão transformadas em realidade”, questionou.
A mesma fonte disse que a ilha do Maio “colocou toda a esperança” no projeto Little África e esqueceu-se de procurar outros grandes investimentos, destacando que sem investimentos não há empregos e nem desenvolvimento.
A Semana com Inforpress
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