O Reino Unido anunciou hoje a deportação de 46 pessoas para o Vietname e Timor-Leste, na sequência da decisão do novo Governo trabalhista de abandonar o projeto de envio de migrantes para o Ruanda.
O avião, chegou hoje a Díli, foi o primeiro fretado alguma vez pelo Reino Unido para deportar pessoas para Timor-Leste e o primeiro para o Vietname desde 2022, afirmou o Ministério do Interior num comunicado.
Este voo “mostra que o Governo está a agir de forma rápida e decisiva para proteger as (...) fronteiras e afastar aqueles que não têm o direito de estar aqui” em solo britânico, afirmou a ministra do Interior, Yvette Cooper, no comunicado.
Contactado pela agência Lusa, o Ministério do Interior não especificou nem o número de cidadãos deportado para cada um dos países nem as respetivas razões, descrevendo-os apenas como "criminosos e delinquentes em matéria de imigração".
O Governo britânico anunciou no ano passado restrições para os vistos atribuídos a timorenses, invocando diferentes irregularidades.
No caso de Timor Leste, a então ministra do Interior Suella Braverman aludiu a um “aumento sustentado do número de cidadãos timorenses que chegam à fronteira do Reino Unido como visitantes não genuínos, muitas vezes com a intenção de reclamar fraudulentamente o estatuto de dependentes no âmbito do Sistema de Registo de Cidadãos da EU ou de trabalhar ilegalmente no Reino Unido”.
A atual ministra do Interior, Yvette Cooper, agradeceu a cooperação das autoridades de Timor-Leste e do Vietname, "sem a qual isto não teria acontecido".
O voo pretende refletir o empenho do novo Governo trabalhista em aumentar a deportação de imigrantes ilegais após ter abandonado o controverso plano de deportação de imigrantes ilegais para o Ruanda, lançado em 2022 pelo executivo conservador, mas nunca posto em prática.
Na segunda-feira, Cooper descreveu o plano como um “desperdício” de dinheiro público, afirmando que 700 milhões de libras (830 milhões de euros) tinham sido gastos em vão.
A ministra afirmou que seria substituído por um “programa sério de regresso” e que os voos previstos para o Ruanda seriam substituídos por voos de deportação dos migrantes para os seus países de origem.
O plano abandonado consistia em enviar os imigrantes - independentemente da sua origem - para aquele país africano, que examinaria o seu pedido de asilo, sem qualquer possibilidade de regressar ao Reino Unido, independentemente do resultado deste processo.
A abordagem do novo Governo consiste em dar prioridade à deportação de migrantes em situação irregular para o seu país de origem, sempre que tal seja considerado seguro.
De acordo com o Observatório da Imigração da Universidade de Oxford, os vietnamitas representaram 20% das chegadas irregulares entre janeiro e março deste ano através do Canal da Mancha em barcos de borracha.
Para travar o fluxo de imigrantes que fazem esta travessia perigosa, Londres tenciona reforçar a cooperação com os vizinhos europeus e criar um comando especial com novos poderes.
A Semana com Lusa
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