Cidadãos praienses e residentes, ouvidos pela Inforpress, reconheceram o “papel importante” da família enquanto base de toda a sociedade, mas lamentaram a perda de valores no contexto actual que se vive, marcado por desestruturação e conflitos familiares.
Para Samora Monteiro, a família é o núcleo importante, a base de toda a sociedade, pelo que, afirmou, quando houver qualquer conflito todos os membros são afectados, o que leva a desestruturação familiar.
“Todos queremos ter famílias organizadas pelo bem da sociedade, e do mundo. E tendo uma família organizada, que acredita na fé, porque Deus também é a base da família, então acredito que teremos uma sociedade muito mais justa”, argumentou.
A seu ver, hoje tudo está mudado, com as novas tecnologias, cada pessoa está por si só, ninguém quer ouvir conselhos, tendo recordado que tempos atrás as pessoas reuniam-se, havia respeito mútuo e cumprimentava-se os mais velhos.
“A educação vem de dentro do lar, da família, e é isso que está a faltar”, disse, acrescentado que valores já se perderam na sociedade, apesar de acreditar que há ainda famílias que transmitem valores em casa.
Na opinião de Zilângela Gomes, a situação das famílias em Cabo Verde “não está nada fácil” porque, sustentou, hoje em dia uma pessoa pode dar conselho a um filho, vendo que está a optar por mau caminho, enquanto que a outra nem por isso.
Da mesma forma manifestou preocupação com aumento de casos de Violência Baseada no Género (VBG), dizendo que falta “mais amor, amizade e conselho” no seio familiar e na sociedade.
Anildo Santos concordou que a situação “não está nada boa”, justificando que famílias estão a passar por muitas dificuldades, como por exemplo, em pagar a renda da casa e dar escola aos seus filhos, defendendo que Governo “precisa apoiar mais”.
Também cidadãos residentes em Cabo Verde, o guineense Basiro Baldé, e Ruslan Amaral, de São Tomé e Príncipe, são da opinião de que deve haver mais união entre as famílias em Cabo Verde, com base em respeito, humildade e ajuda mútua e defendem ainda mais oportunidade, principalmente a juventude para ocuparem os seus tempos livres.
Entretanto, o ministro da Família, Fernando Elísio Freire, ao presidir hoje a abertura da Conversa Aberta sobre “Família e as alterações climáticas: desafios e soluções”, em comemoração ao Dia Internacional da Família, assinalado hoje, reafirmou o compromisso do Governo em apoiar as famílias.
O governante instou a todos a fazerem a sua parte pelo bem da sua família e da sociedade, afirmando que todos devem ter coragem de responsabilizar a família quando a responsabilidade de alguma falha é delas, e não estar a apontar dedo ao Governo ou às câmaras municipais, por exemplo quando um filho está na rua.
“Um pai ou uma mãe que tem uma criança de 11 anos na rua até a meia-noite, uma ou duas horas da manhã, não sabe não está o seu filho deve ser responsabilizado, porque não podemos assobiar pro lado, dizendo que a culpa é do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), do Governo ou da câmara, se o meu filho está na rua e não quero saber a que horas chega a casa”, afirmou.
Mas, por outro lado, continuou o ministro, se não houver igualdade de oportunidades no acesso à educação, à saúde, à eletricidade, a responsabilidade então tem que ser assacada ao Governo que é quem tem, segundo reconheceu, esta responsabilidade e obrigação de criar condições para que todos possam esses acessos.
“O Governo não governa a casa de cada um. O amor, o carinho, os valores, mostrar a hora de entrada e a hora de sair, a hora que tem que estar em casa, na escola, vigiar, proteger, é uma responsabilidade das famílias, e se cada um fizer a sua parte, seguramente continuaremos a festejar o dia da família como o dia da comunhão, do amor, e da paz no nosso país”, sintetizou o governante.
Pois, segundo Fernando Elísio Freire, a família é o núcleo central de uma sociedade e alma da sociedade justificando que é ela que transmite aquilo que caracteriza uma sociedade.
A Semana com Inforpress
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