O Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) decidiu hoje promover mais uma manifestação dos professores por entender que em Cabo Verde “infelizmente” a classe docente não tem tido motivos para comemorar.
Em declaração à imprensa no âmbito da manifestação dos professores da ilha de Santiago filiados neste sindicado, o vice-presidente do Sindep, Jailson Lopes, afirmou que esta luta se motiva pelo cansaço desses profissionais pelas promessas do Ministério da Educação.
“Então temos que usar armas que temos, e neste momento estamos a realizar essa manifestação, mas que fique um alerta prévio e claro que em Maio vamos realizar mais luta, mais forte, com mais impacto. E em Junho iremos intensificar e se for o caso no final do ano lectivo os professores estão motivados para continuar a luta”, avisou.
Segundo disse, o que se passa com os professores neste momento é uma falta de consideração “enorme” para com a classe tendo aproveitado para apelar uma vez mais à reposição do poder de compra da classe docente no país.
“A principal reivindicação é salarial, mas o salário às vezes é fictício porque não é só salário. Quando se diz que os professores pedem aumento do salário, os professores não estão a pedir o aumento salarial, mas sim o reajuste de salário para reposição do poder de compra com dignidade”, precisou.
“Os professores estão a pedir que o Ministério da Educação normalize, actualize, crie condições para que todos possam evoluir na carreira normalmente como acontece em todas as classes”, acrescentou.
Para este responsável, é “inadmissível o Governo estar a dever os professores para depois vir ameaçar pagar calote”, pedindo mais atenção à classe docente.
Enquanto os professores filiados no Sindep aproveitaram o dia para manifestar, do outro lado, na Rotunda 1º de Maio, os docentes filiados no Sindicato Democrático dos Professores (Sindrop) concentravam-se para celebrar a data num convívio entre colegas.
A este respeito o sindicalista afirmou que o Sindep tem pautado por este lado porque “infelizmente” em Cabo Verde a classe docente não tem motivo para comemorar apesar de frisar que gostariam também de estar a aproveitar este dia a festejar.
“A luta é da classe, o convite é amplo, às vezes confundimos luta de professor. Quando o Sindep anuncia uma manifestação quer dizer que a responsabilidade é de quem anunciar, mas a luta é da classe, o que quer dizer que todos os professores que aderirem, o Sindep tem que os proteger”, disse.
O professor Samuel Varela ao ser abordado pela imprensa desejou um dia feliz a todos os professores, dizendo que aderiu a esta iniciativa porque quer ver dignificada a classe dos professores, enquanto pai de todas as profissões.
“Porque estamos a notar e está bem claro que o Governo não está nem aí para a nossa reivindicação, e preocupa somente em engordar os seus bolsos, com muitos benefícios. Então estamos aqui para mostrar que somos uma classe merecedora porque sem educação o nosso país não vai desenvolver”, disse.
Já António Vieira preferiu celebrar o Dia do Professor Cabo-verdiano num convívio promovido pelo Sindprof enquanto aguardam pelo novo Estatuto para sair em Maio, conforme promessa do Governo.
A Semana com Inforpress
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