Paralelamente aos protestos dos professores, dezenas de alunos da Escola Básica e Secundária Olavo Moniz (EBSOM), em Espargos, manifestaram-se hoje em frente à Delegação da Educação, para "exigirem" o descongelamento das notas e a redução das avaliações por trimestre.
Empunhando cartazes com palavras de ordens como "Amadeus Cruz, pare de crucificar todo" e "cada ano letivo uma nova forma de avaliação" os alunos dizem esperar que as suas vozes cheguem a quem de direito e esta situação seja resolvida.
Conforme o aluno Enaldir Inocêncio, os colegas estão numa luta diária para conseguirem acompanhar o programa escolar.
“Hoje estamos aqui a pedir o descongelamento das nossas notas e que seja reduzido o número de avaliações por trimestre. Só neste tremente os alunos vão passar por sete avaliações, sendo que o último vale 30% (…) dizem que temos qualidade de ensino no país, mas isso não corresponde à verdade”, manifestou.
Para uma outra aluna, Eriana Silva, que estuda o 12º ano de escolaridade, a não divulgação das notas coloca em causa aqueles que já estão preparando para entrar nas universidades já no próximo ano letivo.
“Precisamos das nossas notas no sistema, não no papel como os professores estão a fazer. Hoje tudo funciona na base do sistema e se não forem colocadas as notas, nós os alunos do 12º ano não vamos conseguir continuar os estudos na universidade”, salientou.
Quanto à sobrecarga das avaliações, a aluna Liane Rodrigues questiona “como é possível um aluno realizar 60 avaliações em apenas um trimestre”.
“Fomos avisados que teremos 60 avaliações neste trimestre, ou seja, uma a cada dia, com trabalhos sem distâncias uma das outras para serem entregues o que torna tudo muito difícil”, reclamou, informando que, além desta manifestação, está em circulação um abaixo assinado que deverá ser entregue na direção da escola, com mais de 300 assinaturas, exigindo que seja retirado um teste da avaliação.
O grupo permaneceu por algum tempo à frente da Delegação e prometeram continuar esta luta que dizem ser tanto pelos alunos, como pelos professores, mas deixando claro que é uma manifestação promovida por alunos que se sentem prejudicados, sem nenhuma interferência dos professores.
Professores cabo-verdianos retiveram notas do segundo período em 40 escolas, no contexto dos protestos que duram há vários meses contra o Governo.
A Semana com Inforpress
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