A população de Salamansa aplaudiu o serviço de Estomatologia levado hoje à vila piscatória, através de clínica móvel utilizada pela primeira vez pela Delegacia de Saúde para colmatar necessidades de comunidades mais distantes.
A jovem Geovanna dos Santos foi a primeira a ser atendida pela clínica móvel e no final da consulta, com um sorriso no rosto, revelou a sua satisfação pela oportunidade de ter acesso a um serviço que antes não tinha recorrido por falta de dinheiro.
“Verificaram os meus dentes e me encaminharam à delegacia para fazer extração de alguns e fazer a limpeza noutros”, detalhou, revelando a importância da iniciativa para a população de Salamansa com “muita carência”.
Em situação semelhante, de limitação financeira, Alina Matias e Arlinda Dias também se congratularam com a iniciativa, especialmente a última por o seu filho poder consultar um médico, neste momento com “muitos problemas dentários” já detectados e que só seriam resolvidos com um montante de 7.700 escudos.
“Não tinha esse dinheiro e, por isso, até agora ele está sem fazer o tratamento, e está sempre a queixar-me de dor nos dentes e com inflamações na cara”, explicou Arlinda Dias.
A mesma fonte acrescentando que na clínica móvel o filho de 09 anos poderá ser “melhor examinado” e com um “orçamento menor” para conseguir custear, quando cria o filho sozinha.
Entretanto, a estomatologista da Delegacia de Saúde de São Vicente, Nélida da Luz, confirmou que por ser a primeira actuação da clínica móvel, os serviços prestados na comunidade piscatória estavam mais virados para intervenções com menos complicação.
Neste sentido, primeiramente fez-se uma triagem através de uma equipa formada por alunos da Universidade do Mindelo (Uni-Mindelo), que de seguida encaminharam os utentes para o posto móvel para a elaboração de orçamentos.
“Podemos fazer alguma extração que não seja muito complicada e depois com um orçamento direccionamos os pacientes para a delegacia, onde darão continuidade ao tratamento, que não vai ser possível fazer na clínica móvel”, considerou a médica, satisfeita com a “boa demanda” registrada no local.
Até porque, tal como asseverou o delegado de Saúde, Elísio Silva, a decisão de se fazer a inauguração da clínica móvel, doada na semana passada pela Associação Basca Euskal Trenbideetako Langileak Mugarik Gabe, foi precisamente pelas carências verificadas em Salamansa.
A partir de agora, segundo a mesma fonte, a clínica móvel já equipada, deverá percorrer as diferentes localidades da ilha de São Vicente até apoiar ilhas vizinhas de Santo Antão e São Nicolau.
Elísio Silva admitiu tratar-se de um “serviço custoso”, mas disse haver parceiros que apoiam a delegacia, entre os quais o Ministério da Saúde e até a própria associação que doou a viatura, e que agora deve doar também consumíveis.
“Também estamos a pedir apoio a médicos dentistas que trabalham em São Vicente para colaborar connosco nas deslocações”, apelou o responsável.
A feira de saúde, enquadrada nas comemorações do Dia Mundial da Saúde, cujo acto central terá como palco a ilha de São Vicente, também teve como foco o atendimento de Pediatria, motivada pela “grande quantidade” de crianças em Salamansa, onde há consultas semanais, mas, não dessa especialidade, disse Elísio Silva.
Por isso, conforme o delegado, aproveitou-se a estadia de profissionais portugueses na ilha para fazer as consultas no evento de hoje.
A feira, que envolveu cerca de 20 profissionais multi-disciplinares e divididos pelos espaços de Unidade Sanitária de Base, Casa do Pescador e escola local, disponibilizou à população outros serviços como despiste de glicemia, hipertensão, HIV e dengue e paludismo, Nutricionista e Psicologia, entre outros.
A Semana com Inforpress
06 de abril 2024
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