A China implementou a primeira norma laboral nacional para profissionais de cuidados de longa duração em resposta ao envelhecimento da população do país, informou a imprensa local.
A iniciativa, lançada pelo Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social em conjunto com a Administração Nacional de Segurança da Saúde, tem como objetivo melhorar a qualidade e as competências dos trabalhadores que prestam cuidados de longa duração, segundo o jornal oficial em língua inglesa China Daily.
A nova norma estipula que os trabalhadores especializados em cuidados de longa duração para pessoas que perderam a capacidade de cuidar de si próprias devem possuir "conhecimentos e competências básicas" em enfermagem e cuidados para poderem trabalhar em lares, casas de repouso ou hospitais.
A profissão estará aberta a pessoas com mais de 16 anos de idade, sem restrições quanto ao nível de escolaridade, e terá um sistema de avaliação em três níveis, com base nas competências dos trabalhadores: um trabalhador de nível inicial deverá ajudar na limpeza facial, dentária e corporal e na alimentação, entre outras tarefas, enquanto um profissional de nível superior poderá oferecer apoio psicológico e aconselhamento de saúde a doentes crónicos, entre outras responsabilidades.
Wu Xiaolan, investigador do Centro de Investigação do Envelhecimento da China, disse ao jornal que os cuidados aos idosos são um "problema urgente" devido ao "aumento da população idosa" e à "escassez de trabalhadores qualificados no setor".
"Os atuais serviços de enfermagem, principalmente centrados nos cuidados básicos de vida e nos serviços domésticos, podem não satisfazer as necessidades futuras dos idosos, especialmente nos serviços de reabilitação e psicológicos", acrescentou Wu.
A Administração Nacional de Segurança da Saúde estimou recentemente que existem mais de 42 milhões de idosos na China que perderam a capacidade de cuidar de si próprios e uma "escassez crítica" de prestadores de cuidados profissionais.
De acordo com o Ministério dos Assuntos Civis, existem na China cerca de 280 milhões de pessoas com mais de 60 anos, ou seja, 19,8% da população total.
Em 2035, estima-se que haverá mais de 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país asiático, o que representará mais de 30% da população chinesa.
A Semana com Lusa
13 de Março de 2024
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