O Fundo Monetário Internacional previu que a economia de Macau vai crescer 13,9% em 2024 e regressar aos níveis pré-pandemia no próximo ano, recomendando a simplificação da contratação de pessoal qualificado do exterior.
O FMI disse esperar que, depois de uma subida de 80,5% em 2023, “o forte crescimento” do produto interno bruto (PIB) da região chinesa continue este ano e não apenas devido à recuperação no setor do jogo, de acordo com um comunicado divulgado hoje, no final de uma missão de duas semanas a Macau.
A organização internacional acrescentou que também os “sólidos investimentos privados”, em parte ligados ao compromisso das operadoras de casino em investir em áreas não ligadas ao jogo, vão ajudar o PIB a voltar em 2025 ao nível registado antes da pandemia da covid-19.
As seis concessionárias de casinos comprometeram-se a investir mais de 100 mil milhões de patacas (11,4 mil milhões de euros) até ao final de 2032, no novo contrato de concessão válido por 10 anos, em vigor desde 01 de janeiro de 2023.
O contrato previa ainda que, depois de as receitas dos casinos terem atingido 180 mil milhões de patacas (20,6 mil milhões de euros) em 2023, cada uma das operadoras terá de investir mais 2,4 mil milhões de patacas (274 mil milhões de euros).
O FMI disse que, a médio prazo, a prioridade deve ser a diversificação da economia, muito dependente do turismo e dos casinos, e “aumentar a resiliência a choques futuros”, nomeadamente vindos da China continental.
O organismo avisou que “um abrandamento mais acentuado do que o esperado no setor imobiliário, as tensões no financiamento dos governos locais e o declínio do investimento, ou o aumento das tensões geopolíticas” podem atingir a economia chinesa e afetar Macau.
O FMI pediu mais “investimentos públicos em capital humano” e à simplificação dos requisitos para contratar trabalhadores qualificados do exterior, de forma a ajudar as empresas de Macau “a competir por talentos estrangeiros”, vitais para diversificar a economia.
Desde agosto que Macau não está a aceitar novos pedidos de residência para portugueses fundamentados com o "exercício de funções técnicas especializadas", permitindo apenas justificações de reunião familiar ou anterior ligação à região.
As novas orientações eliminam uma prática firmada logo depois da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, em 1999. A alternativa para um português garantir a residência passa por uma candidatura aos recentes programas de captação de quadros qualificados.
Outra hipótese é a emissão de um 'blue card', cuja autorização de permanência no território depende de um contrato de trabalho válido, sem benefícios ao nível da saúde ou da educação.
Na semana passada, a diretora do D. José da Costa Nunes, Felizbina Carmelita Gomes, disse à Lusa que o jardim de infância de língua portuguesa está sem terapeutas da fala e que a impossibilidade de acesso à residência "prejudica mesmo" a contratação de portugueses.
A Semana com Lusa
07 de Março de 2024
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