quinta-feira, 21 novembro 2024

A ATUALIDADE

ONU pede libertação imediata de empresário luso-angolano São Vicente

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O grupo de trabalho das Nações Unidas sobre Detenções Arbitrárias concluiu que a detenção do empresário luso-angolano Carlos São Vicente foi arbitrária e apelou à sua libertação imediata e compensação, segundo o parecer definitivo hoje divulgado.

São Vicente foi condenado, a 24 de março de 2022, a nove anos de prisão pelos crimes de peculato, fraude fiscal e branqueamento de capitais, bem como ao pagamento de uma indemnização de 500 milhões de dólares (464 milhões de euros).

Os advogados suíços de defesa do empresário, François Zimeray e Jessica Finnelle, recorreram à instância da ONU junto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em março de 2021, seis meses após o empresário ser detido por suspeita de crimes de peculato e branqueamento de capitais.

No parecer definitivo hoje conhecido, e que mantém as conclusões da versão preliminar datada do final do ano passado, o grupo de peritos das Nações Unidas concluiu que a detenção violou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e pedem às autoridades angolanas a sua “libertação imediata”.

No mesmo documento apela-se ainda a uma compensação e a uma investigação imparcial sobre as condições em que foi conduzido o julgamento.

“O parecer descreve, ao longo de 16 páginas, as condições de uma detenção injustificadamente prolongada, a violação do direito a um julgamento independente e imparcial, violação da presunção de inocência, negação dos direitos de defesa e inúmeras outras violações de tratados internacionais e leis de direitos humanos”, aponta-se no comunicado dos advogados que consideram que esta “decisão corajosa representa um ponto de viragem decisivo”.

Segundo a defesa de São Vicente, as consequências do parecer são consideráveis tanto em termos de processos iniciados, em curso ou encerrados em Angola, como noutros países: “São ilegais e passíveis de serem declarados nulos e sem efeito”.

No parecer, o grupo de trabalho expressou preocupação com o estado físico e mental de São Vicente, bem como o facto de ter sido preso durante a pandemia de covid-19, sem acesso a cuidados médicos adequados.

Por outro lado, aponta-se também a complexidade do caso e a falta de tempo e condições que dadas à defesa para consultar o processo contra São Vicente.

 O ex-dono da seguradora AAA foi considerado culpado de crimes de peculato, branqueamento de capital e fraude fiscal, através de um suposto desvio de 900 milhões de dólares da Sonangol (822 milhões de euros ao câmbio atual).

As autoridades judiciais ordenaram, na altura, a apreensão de bens pertencentes ao empresário luso-angolano, tendo sido pedido também o congelamento de contas bancárias.

A Semana com Lusa

13 de Fevereiro de 2024

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 12 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 10 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 9 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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