O vice-primeiro ministro Olavo Correia disse esta quinta-feira que o continente africano perde anualmente entre sete e 15 mil milhões de dólares americanos devido à devastação provocada pelas erupções climáticas, quando o seu nível de emissão não supera 4%.
“Se não fizermos nada, a situação será muito grave para o nosso continente e para o mundo”, afirmou o governante, para quem o continente africano, onde está inserido Cabo Verde, “está a sofrer desproporcionalmente as consequências das erupções climáticas”.
Para Olavo Correia, a África está a perder muito do seu potencial para algo que não causou, porque, frisou, o continente não foi responsável por mais de três ou quaatro por cento (%) das emissões climáticas.
O vice-primeiro-ministro, que é também ministro das Finanças e ministro da Economia Digital, fez estas considerações na cerimónia de abertura da apresentação do Plano Estratégico de Mobilização de Apoio Climático (PEMAC).
Na perspectiva do governante, citando dados disponíveis, para Cabo Verde enfrentar os desafios climáticos até 2050, precisaria de mais de cinco mil milhões de euros.
“Isto significaria um investimento de cerca de 210 milhões de euros por ano até 2050”, indicou Correia, acrescentando que as alterações climáticas constituem hoje a “maior ameaça ao desenvolvimento humano, à estabilidade económica e à vida dos povos”.
O governante acrescentou que Cabo Verde é responsável por uma fracção ínfima das emissões do gás carbono, mas, sublinhou, “as consequências das alterações climáticas são hoje muito visíveis” no arquipélago.
As emissões climáticas, observou Olavo Correia, estão a devastar todo o continente, pelo que os Estados devem construir resiliências.
“O turismo sofreria enorme erosão de competitividade. Os eventos climáticos extremos aumentariam de intensidade, mas também em probabilidade”, comentou o vice-primeiro-ministro, referindo-se à necessidade de algo ser feito a favor do clima.
Segundo ele, se não forem adoptadas medidas haverá mais eventos que possam provocar devastações em relação às infra-estruturas, e isso “provocaria, seguramente, um momento de pobreza, de desemprego e, até, pode chegar a um colapso social.
O PEMAC foi elaborado pela Direcção Nacional de Planeamento, com o apoio da Cooperação Luxemburguesa.
Gilson Pina, director Nacional de Planeamento, explicou que o PEMAC faz uma nova abordagem para intervenção em questões de alterações climáticas, em que hoje o clima já faz parte de todo o processo de desastres agrários a nível do processo de investimentos, assim como também a nível de planeamento.
A Semana com Inforpress
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