sábado, 23 agosto 2025

A ATUALIDADE

Padronização ortográfica é fundamental para oficializar o crioulo - investigadora

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A linguista Fernanda Pratas defendeu esta quarta-feira, 20, que a oficialização do crioulo só se concretiza verdadeiramente quando houver uma norma ortográfica padronizada e funcional, capaz de suportar a produção de materiais como documentos legislativos, dicionários e manuais escolares.

A investigadora da Universidade de Lisboa e coordenadora do projecto Orizon disse à Inforpress que “o que torna uma língua verdadeiramente oficial” na prática é ter uma versão ortografia padronizada para que os documentos oficiais sejam escritos dessa forma.

Ou seja, afirmou, sem essa versão ou norma ortográfica, não há possibilidade de ter materiais.

“Aqui há dois aspectos em relação a isso para criar essa versão, há várias hipóteses, cada país tende a assumir as suas hipóteses. Uma delas é escolher uma das variedades, decidir essa versão padronizada e impor isso a todos”, sintetizou.

Fernanda Pratas reconheceu, no entanto, que este modelo levanta preocupações e tem custos sociais e políticos muito elevados.

“Ditaduras conseguem fazer isso. Em Cabo Verde, tenho dúvidas de que isso fosse possível porque é uma democracia bastante saudável e interventiva, onde as pessoas se sentem à vontade para exprimir as suas opiniões”, realçou Fernanda Pratas, defendendo uma padronização que respeite a diversidade linguística.

“Tudo isso tem que ser estudado, de forma bastante científica, ver o que é que foi feito para outras línguas do mundo, ir buscar ideias e inspiração, e, ao mesmo tempo, ter uma descrição, um conhecimento muitíssimo detalhado da variação interna em Cabo Verde”, explicou.

Segundo os resultados da pesquisa realizada pelo Afrobarometer em 2024, 56 por cento (%) dos cabo-verdianos consideraram que é o momento de adoptar o crioulo como língua oficial, o que representa uma redução de 8 pontos percentuais em relação a 2022, quando a proporção era de 64%.

O estudo, divulgado em Fevereiro deste ano, também revelou que a opinião sobre a oficialização do crioulo varia conforme o género, a localização geográfica, o nível de escolaridade e as condições económicas. 

Homens, residentes de zonas rurais e pessoas com menor nível de pobreza são os que mais defendem a oficialização do crioulo.

A maior adesão à proposta é observada entre indivíduos com escolaridade secundária (60%) e na faixa etária de 36 a 45 anos (60%).

 

A Semana com Inforpress

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