sábado, 23 agosto 2025

A ATUALIDADE

Especialista aponta dificuldades na previsão do fenómeno que atingiu as ilhas

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O especialista José Manuel Moreno afirmou  esta sexta-feira que a onda tropical de 11 de Agosto, que afectou São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, ocorreu num lapso de tempo extraordinário, tornando-se imprevisível para a observação meteorológica habitual.

Este responsável falava à Inforpress, sobre as fortes chuvas que caíram na madrugada de segunda-feira, 11, acompanhada de trovoadas, raios e relâmpagos, no norte do arquipélago, nomeadamente, nas ilhas de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau.

Segundo explicou, a função do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica é avisar e alertar a população sobre fenómenos com potencial de evolução, mas, neste caso, tratava-se de um evento comum para a época do ano que se intensificou de forma repentina.

Não vou dizer que houve falha, talvez um descuido, porque normalmente o meteorologista trabalha em fracção de tempo, ele deve estar sempre atento à evolução para avisar, mas (…) sabe-se que a comunicação do nosso país não é, assim, grande coisa”, afirmou.

“Para a meteorologia avisar a protecção civil na Praia, do fenómeno, é quase impossível naquele momento porque aquele fenómeno foi de um lapso de tempo extraordinário era imprevisível para o olho do meteorologista muito embora o fenómeno se encontrasse em gestação há vários dias”, acrescentou.

O especialista recordou que Cabo Verde se situa numa zona de passagem de perturbações tropicais, registando ciclicamente anos de seca e anos com fenómenos ciclónicos.

No caso de São Vicente, alertou para a necessidade de repensar a construção civil de forma a proteger a cidade de eventos extremos.

“Nós, o cabo-verdiano em si, ou o homem em si, normalmente não respeita a natureza, fazem construções ao belo prazer, há sítios que não deveriam ser cidades, agora o homem deve proteger a cidade, no caso de São Vicente e Praia precisa ser repensada a nível de construção civil”, apontou.

Sobre os meios técnicos, destacou que o radar meteorológico poderia fornecer informações precisas sobre a quantidade de água numa nuvem, mas considerou que a aquisição de um equipamento desse tipo, apenas para o período das chuvas, não seria financeiramente viável para o país.

Ainda assim, frisou que existem centros meteorológicos internacionais que partilham dados e trabalham para um objectivo comum, embora, desta vez, mesmo essas previsões não tenham antecipado a intensidade do fenómeno.

“A previsão falha, como desta vez mesmo os centros mundiais tinham previsto que havia uma quantidade de chuva muito inferior (…). Nos finais de Agosto 28, 29 é o mês propício para esse fenómeno, mas este ano surgiu mais cedo”, disse.

Moreno explicou que a tempestade nasceu na costa ocidental africana, podendo formar-se nas latitudes de Cabo Verde é acompanhada por nuvens de desenvolvimento vertical que podem atingir 12.000 metros de altura e conter grandes quantidades de vapor de água, cristais de gelo representando risco para a aviação civil.

No caso específico, a tempestade começou com baixa probabilidade de ser agressiva, mas, ao atingir a região encontrou condições favoráveis, como a temperatura do mar e a orografia das ilhas, transformando-se rapidamente na depressão tropical “Erin”.

O fenómeno veio acompanhado de fortes trovoadas e relâmpagos, numa configuração conhecida como “linhas de borrascas”, deixando um registo de 163 milímetros de água por metro quadrado, provocando graves consequências nas três ilhas afectadas.

Recorde-se que Cabo Verde estará sob a influência de uma onda tropical nos próximos dias 16, 17 e 18, “com alguma intensificação a partir das 00:00 do dia 17”, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG).

A Semana com Inforpress

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