O coordenador de projectos de gestão de resíduos da Biosfera, Hércules Sousa, disse hoje à Inforpress que em Cabo Verde ainda há muito por fazer para mudar o uso e o descarte de sacos de plástico.
Hercules Sousa falava à Inforpress a propósito do Dia Mundial Sem Sacos de Plástico, celebrado hoje 03 de Julho, com o objectivo de sensibilizar as pessoas para reduzir o consumo e a utilização de sacos de plástico descartáveis e incentivar ao uso de alternativas ecológicas.
"Em Cabo Verde já existe uma parte da população que se encontra mais sensibilizada nessa questão das bolsas de plástico, mas ainda há muito que ser feito, pois a cultura de usar e jogar fora ainda é muito presente", considerou a mesma fonte.
Acrescentou ainda que a facilidade de acesso às bolsas de plástico, que são oferecidas nos supermercados por um custo muito baixo, contribui para o seu uso excessivo e descarte rápido.
Por isso afirmou que esta situação reforça a necessidade de continuar a promover alternativas sustentáveis e mudanças de hábitos. Isto porque, reforçou, em Cabo Verde o vento é frequente e pode facilmente levar esse tipo de resíduos para o mar.
“Ainda não temos nenhum estudo (números) sobre a poluição causado pelas bolsas de plástico em Cabo Verde, mas é possível ver o seu impacto nas praias principalmente na praia de Lazareto, e nas árvores espalhadas pelas ilhas”, adiantou o coordenador de projectos de gestão de resíduos da Biosfera.
Segundo este responsável, no Dia Internacional Sem Sacos de Plástico, a ONG pretende conscientizar a população sobre o uso desses sacos, que são muito práticos no dia a dia, mas podem transformar-se em lixo em questão de segundos após sua utilização.
A este propósito a mesma fonte lembrou que a Biosfera está a implementar soluções como o projecto Sako Dayo, lançado em 2023 para reduzir esse problema.
Trata-se, recordou, de uma iniciativa da Biosfera, desenvolvida em parceria com a associação SIMILI, que visa a produção de sacos pelas costureiras da Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV).
“Este projecto promove o uso de bolsas reutilizáveis, uma prática que já era comum entre nossos avós e que queremos resgatar como um hábito actual. Desde o seu lançamento, temos observado um aumento no uso dessas bolsas não apenas para compras do dia a dia, mas também para actividades na praia”, indicou.
Informou também que a Biosfera tem realizado actividades de sensibilização e doação de algumas dessas bolsas, especialmente em zonas costeiras.
“No dia 4 de Julho, sexta-feira, vamos ter uma feira (por confirmar), ao lado da estátua de Diogo Afonso, onde vamos falar um pouco da problemática dos sacos de plásticos e vamos fazer doações dos sacos”, adiantou.
De acordo com a Biosfera, na última campanha de limpeza, na Praia dos Achados, em Santa Luzia encontraram “quantidades alarmantes de microplásticos e resíduos de 15 países diferentes, além de lixos de mais de 90 marcas espalhadas pelo mundo”. A campanha contou com voluntários das ilhas de Santo Antão, Boa Vista, Santiago e Fogo.
A Semana com Inforpress
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