O presidente do Sindicato da Indústria, Alimentação, Construção e Serviços Afins (SIACSA) denunciou esta quinta-feira o “acto vil de represálias e vingança” a condutores recém-contratados da Sol Atlântico, após participarem na manifestação pacífica de dois dias.
A denúncia foi feita hoje, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, após a manifestação pacífica de dois dias promovida pelo sindicato, nos dias 17 e 18, em protesto por melhores condições salariais aos condutores.
Segundo Gilberto Lima, quatro dos condutores já receberam a carta de rescisão de contrato, estando em cima da mesa mais 26 para serem entregues aos trabalhadores que já foram avisados.
“A pergunta que não se cala é porque é que a empresa fez isso um dia depois da manifestação. Então faria isso antes. E indo mais além até colocaram a data do dia 14, quando eu não posso entregar um documento hoje com a data de 14”, frisou.
Para o sindicalista isto foi feito de propósito, para tentar "enganar e ofuscar os olhos dos condutores".
“Esta medida tomada pela Sol Atlântico deve ser responsabilizada por estes actos impróprios e intrinsecamente contraproducentes e está fora do âmbito do escopo laboral”, afirmou o sindicalista, que instou as autoridades nacionais a tomarem medidas contra esta empresa de transportes coletivos de passageiros.
Porque, conforme Gilberto Lima, esta não está acima das leis de Cabo Verde, tendo acusado o administrador da Sol Atlântico, Enrique Duarte, de ser um homem "prepotente e arrogante” que “não conhece a lei".
“Na verdade, é muito estranho isso e só pode ser entendido como vingança e represália a manifestação realizada e greve anunciada na empresa Sol Atlântico. Quer dizer, para que a greve não tenha os impactos desejados. Aí é que se engana”, afirmou.
Entretanto, o presidente do SIACSA avisou que a anunciada greve vai ser realizada no dia 31 do corrente mês, caso não se resolva o problema na Direção-geral do Trabalho, no dia 26, com a presença dos trabalhadores já despedidos, justificando que o que deve prevalecer é o respeito pelas leis.
À Inforpress, o administrador da Sol Atlântico negou que o despedimento dos trabalhadores tenha a ver com a participação na manifestação, uma vez que, segundo disse, sabem que a demissão não funciona desta forma.
Explicou que há sim situações de motoristas cujas produtividades não têm sido satisfatórias, daí que estão a optar pela não renovação dos contratos, afirmando que isto tem a ver com a gestão da empresa, e que sindicato não deve interferir.
A Semana com Inforpress
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