Alguns vizinhos preocupados com o impacto ambiental do projeto de um edifício de sete pisos na beira da praia de Estoril, Boa Vista, apelaram no domingo às autoridades para a revogação da autorização de construção na zona.
Em declarações a imprensa, Salete Almeida, uma das moradoras da zona, disse que foram recolhidas assinaturas e enviadas cartas a diferentes autoridades como Instituto Marítimo Portuário (IMP), Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT), ministro do Mar, ministro do Ambiente, presidente da Câmara Municipal da Boa Vista ao Presidente da República para a revogação da autorização, mas ate ainda não obtiveram resposta.
“Estou revoltadíssima com a construção desse prédio de sete pisos aqui nesta zona da orla marítima, com sete pisos para cima tem de fazer sete fundação para baixo. Como disse o ministro do Ambiente, a propósito das recomendações do Banco Mundial por causa da erosão, do aumento do nível de água do mar. Se chegar uma onda vamos todos para o mar” afirmou Salete Almeida.
A moradora disse já não se tratar de tirar a vista as casas e hotéis da zona, e que “ninguém esta a ver a ganância” que pode provocar um “desastre ambiental”, pondo em risco a zona, a sua sustentabilidade, o seu ordenamento, tendo em conta os riscos das alterações climáticas que poderão advir dessa construção.
Elisa Ciolfi, cidadã italiana também moradora da zona, disse que comprou casa na zona porque garantiram que segundo o plano era uma zona de habitação familiar.
“Quando comprei a minha casa no prédio vizinho garantiram que não mais alto que o Pancini, que não era possível mais alto de dois andares. Então comprei um terceiro andar para ver o mar, mas depois construíram o hotel Ouril e agora mais outro. Pelo que quero saber se isso é legal, se não vai contrarregras”, afirmou Elisa Ciolfi.
As moradoras comentaram que, segundo o plano de ordenamento da zona, inclusive antigamente havia o projeto de fazer uma rua nessa área e tudo está mudado com essa construção.
A Inforpress contactou um dos donos da obra, o engenheiro João Tavares, mas o mesmo não quis prestar declarações, adiantando apenas que “a obra esta legal”, porque senão sequer teriam retirado uma arvore da zona e iniciado a marcação do terreno.
O presidente da Câmara da Boa Vista, Cláudio Mendonça, que foi contactado neste fim de semana, comprometeu-se a pronunciar sobre o assunto “nesses dias”.
A Semana com Inforpress
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