O professor da Educação Física da escola secundária Dr. Teixeira de Sousa, transferido para o pólo de Patim, protesta diariamente à porta da Delegação do Ministério da Educação em São Filipe por considerar “injusta” a sua movimentação.
Manuel Alberto Pires Barbosa, que iniciou a função de docente ainda na década de 90 do século passado no ensino primário, passando depois da formação para o ensino secundário em 2007, há 12 anos, disse à Inforpress que diariamente entre às 08:00 e às 12:00, que corresponde ao seu horário de trabalho, foi marcar presença à porta da delegação em sinal de protesto.
Segundo o mesmo, “os critérios não foram respeitados”, indicando que tem mais tempo de serviço no Ministério da Educação comparativamente com outros professores, mas também em relação aos demais critérios apresenta vantagens sobre os meus colega, mas sem querer prejudicar os colegas está a procura dos seus direitos e considera a sua transferência por razão pessoal, mas lembra aos dirigentes que não se está no tempo de ditadura e deve-se cumprir os critérios.
“Não há incompetência ou falta de profissionalismo da minha parte”, avisa o professor, indicando que tem o direito de permanecer na escola secundária Dr. Teixeira de Sousa em São Filipe ou regressar à escola Pedro Pires, em Ponta Verde.
“Quero trabalhar, porque a minha mãe está de idade e com problema de saúde e o meu filho é órfão de mãe”, disse o docente, indicando que vai continuar a reivindicar o seu direito e que em caso de processo disciplinar vai recorrer ao tribunal para reivindicar os seus direitos.
“É uma perseguição”, disse Manuel Barbosa, observando que há alguns anos um dos ex-director da escola Dr. Teixeira de Sousa, e instigado por um professor cujo filho na altura não foi para quadro de honra, o professor foi transferido para Curral Grande e depois Ponta Verde.
“Sempre que os alunos de quadro honra tiveram notas de 12 na Educação Física, por exemplo, me pressionam e com ameaça de processo disciplinar”, disse o professor, notando que não é obrigado ficar na sala de professores a falar mal dos meus companheiros, depois de cumprir o seu horário.
Segundo o mesmo citado pela agência cabo-verdiana de noticias, “não existe um bom ambiente de trabalho na escola” e que não pode ficar num sítio onde “a pessoa sai e as outras começam a falar mal dela”, afirma o professor indicando que tem a sua forma de ser e de estar, e talvez é por causa disso e do seu rigor que não agrada a direcção da escola, que acham que os professores devem subscrever tudo.
Manuel Barbosa revelou que a própria delegada do Ministério da Educação lhe disse que os critérios para ele não contam, porque “ele é inconveniente” para a escola, sem apontar qualquer situação.
“Nunca faltei respeito à delegada, aos meus colegas e nem aos alunos, nunca falei mal nem briguei com ninguém. Simplesmente sou rigoroso e não subscrevo tudo aquilo que a direcção pensa”, desbagou o professor, indicando que desde que iniciou funções nunca lhe foi instaurado processo disciplinar.
“A escola Dr. Teixeira de Sousa está cheio de maus profissionais e há coisas gravíssimas que acontecem e que a direcção não toma medidas”, afirma o professor, indicando que se tivesse pisado a linha estaria, há muito, fora do trabalho.
Direcção do Liceu esclarece
Apesar da mobilidade do pessoal entre agrupamentos é da competência da delegada do Ministério da Educação, o director da Escola Secundária Dr. Teixeira de Sousa, onde o professor leccionava, esclareceu algumas situações.
Segundo Emanuel Barbosa, a movimentação de professores obedece a critérios como conveniências de serviços, tempo de serviços e outros, observando que no universo de cinco professores de educação física da escola, ele é o que tem menos tempo de serviço, por ser o último a entrar, razão pela qual quando o liceu de Ponta Verde começou a funcionar foi transferido e na altura foi aplicado o mesmo critério que está sendo utilizado agora em relação a Patim.
Na altura, explicou, o professor em causa não colocou qualquer obstáculo porque sabia que ele era o que tinha menos tempo de serviço na escola Dr. Teixeira de Sousa.
Com relação as acusações, Emanuel Barbosa disse que não corresponde a verdade e todos os professores são tratados por igual, indicando que se há alguma coisa de grave que o professor denuncie e apresente provas que a direcção tomará as medidas necessárias, acrescentando que são “acusações infundadas para justificar o seu posicionamento”, refere a Inforpress.
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