O objetivo "a longo prazo" da China é "minar a ordem internacional", mas tais ações "não serão reconhecidas pela comunidade internacional", afirmou hoje o ministério da Defesa de Taiwan, após um destacamento naval chinês.
Em comunicado, o ministério afirmou que a ameaça representada pela China tem vindo a evoluir desde 2022, quando Pequim realizou os primeiros exercícios em grande escala em torno da ilha, na sequência de uma visita da então Presidente da Câmara dos Representantes (a câmara baixa do parlamento) dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
De acordo com o comunicado, a China passou de dissuadir Taiwan para desafiar a primeira cadeia de ilhas do Pacífico, um conceito estratégico que geralmente se refere à linha que vai do arquipélago russo das ilhas Curilas, passando pelo Japão, Taiwan e Filipinas, até Singapura.
"Esta concentração em grande escala de forças navais de superfície constitui uma prova concreta deste facto", declarou o ministério, referindo-se ao recente destacamento de vários navios da marinha e da guarda costeira chinesas nas proximidades de Taiwan e em diferentes partes do Pacífico Ocidental, uma operação sobre a qual Pequim não forneceu pormenores.
As forças armadas da ilha ajustaram as suas "estratégias de resposta" de acordo com a "dinâmica evolutiva" de tais ameaças, realizando exercícios de combate "realistas e adequados à situação".
"Reforçando a prontidão militar e melhorando continuamente as suas capacidades de combate, as forças armadas podem alinhar-se com países que partilham as mesmas ideias para dissuadir a guerra", sublinhou o comunicado.
O ministério também divulgou um vídeo das atividades militares chinesas, mostrando como as forças armadas de Taiwan seguiram de perto os movimentos das fragatas e dos contratorpedeiros da China, ao mesmo tempo que destacavam caças e sistemas de defesa aérea.
O chefe do Estado-Maior de Taiwan, o general Mei Chia-shu, anunciou na quinta-feira o encerramento do centro de resposta de emergência que o ministério criou no início da semana para responder ao destacamento naval da China, sugerindo que as manobras de Pequim já terminaram.
Após dias de silêncio total, as forças armadas chinesas declararam hoje que "nunca se ausentarão" da "luta contra a independência de Taiwan, independentemente de realizarem ou não exercícios militares", uma vez que a sua missão é "proteger a soberania nacional e a integridade territorial" e "salvaguardar os interesses fundamentais da nação chinesa".
Pequim reivindica a soberania sobre Taiwan, que considera uma província sua. A ilha é autogovernada desde que os nacionalistas chineses se retiraram para a ilha em 1949, depois de terem perdido a guerra contra o exército comunista.
A Semana com Lusa
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