Organizações não governamentais criticaram esta quinta-feira as práticas das petrolíferas francesa TotalEnergies e chinesa CNOOC no Uganda, incluindo desalojamentos forçados, violência sexual e degradação ambiental, críticas que o Governo considerou "ridículas e infundadas".
"As medidas de segurança desproporcionadas, a repressão, as violações dos direitos fundiários, as expulsões forçadas e a corrupção, associadas a uma conceção inadequada do projeto e a medidas insuficientes de redução dos riscos, estão a provocar um aumento do sofrimento das populações locais”, afirmam a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), o CRED e os Advogados Sem Fronteiras, que elaboraram um relatório de mais de 100 páginas.
As "graves violações dos direitos humanos" denunciadas no relatório, citado pela agência francesa de notícias France-Presse (AFP), reportam-se a um megaprojeto petrolífero no Uganda e na Tanzânia, levado a cabo pela TotalEnergies e pela CNOOC.
Com um investimento de 10 mil milhões de euros, o projeto envolve a perfuração de mais de 400 poços para extrair petróleo da região do Lago Albert, no oeste do Uganda, e a construção do oleoduto aquecido mais longo do mundo (1.443 km) para o transportar até ao porto tanzaniano de Tanga.
O Lago Albert, a fronteira natural entre o Uganda e a República Democrática do Congo, contém cerca de 6,5 mil milhões de barris de petróleo bruto, dos quais cerca de 1,4 mil milhões são considerados recuperáveis, lembra a AFP.
O governo do Presidente Yoweri Museveni, que governa o Uganda desde 1986, considerou que as críticas são mais uma tentativa das ONG de descredibilizarem o projeto.
"São alegações bastante ridículas e infundadas", afirmou o ministro da Informação do Uganda, Chris Baryomunsi, à AFP.
Também a TotalEnergies reagiu, expressando "o seu mais firme desacordo com as afirmações contidas neste documento, que põem em causa a atenção prestada ao respeito pelos direitos humanos nas operações efetuadas no Uganda e nos outros países".
A Semana com Lusa
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