A China oficializou esta terça-feira a detenção do antigo ministro da Agricultura Tang Renjian, que vai ser julgado pela procuradoria do país por alegadamente ter aceitado subornos, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.
Em novembro passado, o Partido Comunista Chinês (PCC) expulsou Tang do partido “por graves violações disciplinares” e “por suspeita de ter aceitado subornos”.
Tang, que deteve a pasta da Agricultura e Assuntos Rurais entre 2020 e 2024, está “sob investigação disciplinar” desde maio, tendo sido nomeado um substituto, Han Jun, para o seu lugar em setembro.
Os dois mais importantes e poderosos organismos anticorrupção do PCC, a Comissão Central de Inspeção Disciplinar e a Comissão Nacional de Supervisão, disseram na altura que Tang tinha sido destituído por ser “ineficaz na implementação de decisões” e por “tomar decisões cegas”.
Foi também acusado de ser “moralmente corrupto” e de demonstrar “ganância desenfreada”.
A investigação concluiu que Tang utilizou o cargo para “procurar obter benefícios para terceiros em operações comerciais, contratação de projetos e ajustamentos de postos de trabalho, recebendo em troca uma quantidade extremamente elevada de dinheiro e valores”.
A sua demissão este ano elevou para três o número de ministros do Governo chinês abruptamente afastados do cargo desde julho de 2023, quando o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, foi afastado apenas sete meses após a sua nomeação e depois de não ter sido visto em público durante um mês.
No ano passado, o então ministro da Defesa, Li Shangfu, também foi demitido sem explicação e posteriormente expulso do PCC após ser acusado de corrupção.
Na segunda-feira, os principais dirigentes do PCC afirmaram que iriam intensificar os seus esforços para combater a corrupção, parte de uma purga que resultou na demissão de ministros e oficiais do exército no último ano.
De acordo com um comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, apoiou a liderança do Presidente do país e secretário-geral do partido, Xi Jinping, que apelou à supervisão e à “revolução interna” para “erradicar as condições que tornam a corrupção possível”.
Xi, que consolidou o seu poder à frente do país durante o 20º Congresso, em 2022, intensificou a sua campanha anticorrupção, punindo pelo menos 610.000 funcionários no ano passado.
O líder afirmou no Congresso do PCC que ia aprofundar a campanha anticorrupção porque “a situação ainda é grave”.
A atual campanha visa funcionários públicos, mas também setores tão diversos como as finanças, o tabaco ou farmacêutico, e segue-se à campanha lançada em 2012, que foi acompanhada por uma maior repressão, censura e suspeitas de que as acusações faziam parte de um plano para afastar rivais políticos.
A Semana com Lusa
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