Os ex-trabalhadores da Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) protestaram hoje, em frente à sede da empresa, na Praia, expressando o seu descontentamento e frustração após falha no cumprimento do acordo de despedimento colectivo.
Em declaração à imprensa, o representante dos trabalhadores da TICV, que operava no país com o nome comercial Bestfly Cabo Verde, Rubem Barros, disse que o protesto é um sinal de descontentamento e frustração do não cumprimento do acordo de despedimento colectivo assinado há vários meses pelo Governo, afirmando que, apesar da promessa de compensações e reintegração na nova companhia aérea, nada foi cumprido até ao momento.
De acordo com Rubem Barros, o acordo estipulava o pagamento de salários em atraso e indemnizações, conforme previsto pela Constituição de Cabo Verde e pela legislação laboral.
No entanto, passado todo este tempo, os ex-trabalhadores da TICV não receberam qualquer pagamento e não obtiveram qualquer contacto ou esclarecimento por parte da Bestfly ou do Governo.
“Estamos a sentir-nos abandonados, tanto pela empresa como pelo Governo”, afirmou Rubem Barros.
"Já tentámos várias vezes contactar as autoridades, incluindo o primeiro-ministro, mas as nossas tentativas foram em vão. O que queremos é que o que nos foi prometido seja cumprido, para que possamos, finalmente, voltar a ter dignidade", explicou.
A falta de pagamento dos salários e das indemnizações é uma das “maiores preocupações” dos trabalhadores, que, segundo a mesma fonte, muitos dos ex-funcionários, que dedicaram anos de serviço à empresa, enfrentam agora dificuldades financeiras e pessoais, com dívidas acumuladas e famílias em risco de ficar desamparadas.
Além das manifestações, os ex-funcionários da TICV anunciaram que vão recorrer a todos os meios legais disponíveis, incluindo acções judiciais para garantir que os seus direitos sejam respeitados.
Uma das promessas feitas pelo Governo de Cabo Verde foi a reintegração de uma parte significativa dos ex-trabalhadores da Bestfly na nova companhia aérea que está a ser criada. No entanto, até à data, nada foi concretizado.
"Fomos informados que seríamos os primeiros a ser integrados na nova empresa, mas ainda estamos à espera", explicou o representante dos trabalhadores.
Para os ex-trabalhadores, o mais doloroso não é apenas a falta de pagamento, mas o sentimento de humilhação e desrespeito por parte da empresa e do Governo.
"Nós demos tudo à empresa, trabalhámos arduamente, e agora estamos a ser tratados como se nada valêssemos", lamentou Rubem Barros.
A companhia aérea Bestfly deixou de operar definitivamente em Cabo Verde em Abril de 2024.
A Semana com Inforpress
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