O director-geral dos Serviços Penitenciários e Reintegração Social, Odair Pedro, defendeu hoje o envolvimento dos reclusos nos trabalhos comunitários e na reabilitação da estrada de acesso ao estabelecimento prisional do Fogo.
Odair Pedro, que se encontra na ilha do Fogo para participar na mesa de diálogo promovido pelo projecto Destino Fogo sobre reinserção social, respondia ao ser questionado sobre a reabilitação da única estrada de acesso à cadeia e que se encontra em condições precárias.
Embora reconheça que a questão da reabilitação da estrada não é da sua competência, propôs medidas para minimizar o problema e lançou um desafio à câmara de São Filipe para promover uma acção formativa dos reclusos na área de calcetamento para que os próprios possam trabalhar na reabilitação do troço.
Segundo o responsável, podia-se trabalhar junto do Tribunal de execução de pena, a autorização para que os reclusos do estabelecimento prisional possam participar na reabilitação do troço de estrada e, com isso, mostrar também que os reclusos podem desempenhar um papel útil na comunidade.
Odair Pedro, em entrevista à Inforpress, reforçou a importância do envolvimento dos reclusos nas actividades comunitárias como uma forma de demonstrar que as pessoas privadas de liberdade podem contribuir de maneira positiva e destacou a necessidade de colaboração entre a administração prisional, a sociedade civil e as instituições para garantir que os reclusos participem activamente nos projectos de desenvolvimento comunitário.
“Temos que ter a visão estratégica de que essas pessoas podem ser úteis. Se o perfil do recluso é adequado e o tempo de contato com o exterior é favorável, não há razão para que não possam colaborar em iniciativas próximas ao estabelecimento prisional”, explicou.
Segundo responsável, e para fortalecer essa estratégia, a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social (DGSPRS) está prestes a assinar um protocolo com a Direcção-Geral da Agricultura e o Ministério da Agricultura e Ambiente que visa desenvolver acções de formação para os reclusos em matéria de combate às pragas agrícolas.
Odair Pedro afirmou que os reclusos próximos da liberdade e mesmo aqueles que vão permanecer mais tempo no estabelecimento prisional poderiam sair para participar dos projectos comunitários e retornar ao estabelecimento prisional, e sublinhou que essa interação com a comunidade é vista como um passo importante para a reintegração social.
A redução da taxa de reincidência por meio da reinserção social é responsabilidade não só do Estado, mas de todos, referiu Odair Pedro, para quem o envolvimento dos reclusos nos trabalhos comunitários reflecte um compromisso de transformar desafios em oportunidades de inclusão, promover a dignidade e a utilidade social dos reclusos através do trabalho e da formação profissional.
A Semana com Inforpress
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