quinta-feira, 21 novembro 2024

A ATUALIDADE

Mais de 28.000 casos de cólera no Sudão em quatro meses e 836 mortes

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

Mais de 28.000 sudaneses foram contagiados por cólera, nos últimos quatro meses, e 836 morreram, sendo que os hospitais praticamente não funcionam, alertou esta segunda-feira o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

"Os casos de cólera continuaram a aumentar durante várias semanas após o fim de uma estação das chuvas acima da média e de inundações históricas que destruíram e contaminaram as fontes de água. Entre 22 de julho e 28 de outubro foram notificados 28.376 casos e 836 mortes em 74 localidades de 11 estados", declarou o OCHA em comunicado.

 Todavia, segundo o OCHA, o número real de casos é provavelmente mais elevado devido à subnotificação.

O estado com o maior número de casos é Kassala, com 6.868 casos e 198 mortes, identificou.

"Seguem-se Gedaref, com 5.770 casos e 168 mortes, Al-Jazira - onde se registam fortes combates - com 4.361 casos e 90 mortes e o estado do Norte, com 2.038 casos e 28 mortes", acrescentou.

Em 12 de agosto, o Ministério Federal da Saúde declarou oficialmente uma nova vaga de casos de cólera, que teve início em 22 de julho de 2024, contextualizou.

"No terreno, os parceiros humanitários e as autoridades sanitárias sudanesas continuam a intensificar a sua resposta à atual epidemia de cólera, sendo que a mais recente fase da campanha de vacinação começou em outubro, visando cerca de 1,4 milhões de pessoas nos estados de Kassala, Gedaref e Rio Nilo", explicou.

Além disso, foi registada febre de dengue nos estados de Kassala, Gedaref, Mar Vermelho, Cartum e Cordofão do Sul, indicou.

"De acordo com uma contagem feita e, 28 de outubro, foram registados 4.544 casos e 12 mortes relacionadas com a febre da dengue", declarou.

O estado com o maior número de casos de dengue é Kassala, com 2.357 casos e oito mortes. Seguem-se Cartum, com 2.083 casos e duas mortes e Gedaref, com 60 casos.

Esta epidemia de cólera e os casos de dengue ocorrem numa conjuntura em que o sistema nacional de saúde está extremamente fragilizado e pouco funcional em vários estados sudaneses, indicou a agência da ONU. 

"A Organização Mundial da Saúde estima que 70% a 80% das instalações de saúde nas zonas mais afetadas pelo conflito, como Al-Jazira, Cordofão, Darfur e Cartum, e cerca de 45% das instalações de saúde noutras partes do país, estão agora pouco operacionais ou fechadas", mencionou.

"Neste contexto de violência, os programas de imunização infantil estão a entrar em colapso e as doenças infecciosas estão a propagar-se por todo o país", lamentou.

Assim, o risco de surtos de doenças preveníveis por vacinação é o mais elevado desde o início do conflito, em meados de abril de 2023, alertou.

Foram registados 116 ataques a instalações de saúde desde 15 de abril de 2023, sendo que esses ataques resultaram em 188 mortos e 140 feridos.

O conflito fez com que mais de metade da população do Sudão, ou seja, 25,6 milhões de pessoas, esteja a enfrentar uma crise de fome ou pior, e uma em cada quatro pessoas, ou seja, 8,5 milhões de pessoas, está a enfrentar uma situação de emergência e de insegurança alimentar aguda.

A guerra civil, que começou em abril de 2023, opõe o exército sudanês aos paramilitares, Forças de Apoio Rápido, sob o comando do seu antigo adjunto, Mohamed Hamdane Daglo.

Mais de 11 milhões de pessoas foram deslocadas no Sudão, enquanto outros 3,1 milhões encontraram refúgio além-fronteiras, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.

A Semana com Lusa

120 Characters left


Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
8 days 23 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
10 days 22 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
18 days 20 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

Pub-reportagem

publireport

Rua Vila do Maio, Palmarejo Praia
Email: asemana.cv@gmail.com
asemanacv.comercial@gmail.com
Telefones: +238 3533944 / 9727634/ 993 28 23
Contacte - nos