O Exército brasileiro indiciou três coronéis que teriam participado na elaboração e divulgação de uma carta que pressionava a cúpula das Forças Armadas a aderir a um golpe depois da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.
De acordo com os ‘media’ brasileiros, que tiveram acesso ao processo, um coronel no ativo e dois na reserva foram indiciados após a conclusão de um inquérito policial militar, aberto em agosto passado.
Um quarto coronel, que também é apontado como um dos autores da carta, teve a investigação suspensa por uma decisão judicial liminar, que ainda pode ser revertida.
A carta que gerou os processos criminais circulou entre oficiais militares no final de 2022, depois de Lula da Silva ter vencido nas urnas o ex-Presidente Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército e defensor declarado da última ditadura militar, que governou o país sul-americano entre 1964 e 1985.
Após a segunda volta da última eleição presidencial no Brasil, ocorrida em 30 de outubro de 2022, o país esteve imerso em protestos, bloqueios de estradas e acampamentos em frente a vários quartéis do Exército, nos quais apoiantes de Bolsonaro pediram que os militares apoiassem um golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva.
No dia 08 de janeiro de 2023, oito dias depois da posse do atual Presidente brasileiro, apoiantes de Bolsonaro invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF), as duas casas do Congresso e o Palácio do Planalto, sede do executivo, num ataque violento que causou destruição do património público e gerou repúdio.
De acordo com as investigações da Polícia Federal brasileira sobre esse ataque, ainda em curso, a intenção dos ‘bolsonaristas’ era provocar o caos e forçar uma intervenção militar.
Cerca de 1.400 pessoas foram presas e, posteriormente, acabaram formalmente acusadas em processos que estão a ser julgados pelos membros do STF.
Deste total, 227 já foram condenados a penas que variam entre três e 17 anos de prisão, depois de terem sido considerados culpados de tentativa de golpe de Estado e danos qualificados a bens públicos, entre outros crimes.
Outros 200 detidos assinaram acordos judiciais para a prestação de serviços comunitários, entre outras medidas.
O ex-presidente Bolsonaro, que muitos consideram o verdadeiro promotor do ataque, não foi incluído nos julgamentos em curso sobre os eventos de 08 de janeiro de 2023, mas é suspeito de tramar supostos planos para impedir a posse de Lula da Silva, segundo a Polícia Federal brasileira, que deve apresentar as conclusões dessa investigação ainda este ano, de acordo com os ‘media’ locais.
A Semana com Lusa
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