Os dados relativos aos primeiros setes meses de 2022 sugerem que este será, até à data, o ano mais quente e seco em Itália, avançou o Instituto de Atmosfera e Ciência Climática do Conselho Nacional de Investigação italiano (ISAC-CNR).
De acordo com notícias veiculadas pela Lusa, entre janeiro e julho registaram-se temperaturas 0,98º centígrados acima da média para o mesmo período desde 1800, quando os dados começaram a ser registados. "Se 2022 terminasse agora, seria o ano mais quente de sempre", afirmou um dos representantes do Conselho Nacional de Investigação italiano (ISAC-CNR), Michele Brunetti, à agência noticiosa ANSA.
Os dados disponíveis pela mesma fonte indicam que os níveis de precipitação de 2022 até ao momento estão 46 por cento mais baixos do que a média para este período, e é no norte da Itália que mais se regista esta escassez, com um nível de precipitação 52% mais baixo, e 42% no centro e sul do país.
“A meio de julho metade do território da União Europeia estava em situação de risco devido à seca prolongada, que deverá provocar um declínio no rendimento das culturas em diversos países, segundo um relatório da Comissão Europeia”, cita a fonte, acrescentando que na Europa são os países do sul e a zona do Mediterrâneo os que, segundo especialistas, mais vão ser afetados com falta de água devido às alterações climáticas.
Segundo a mesma fonte, sabe-se ainda que para além da Itália, com um terço da produção agrícola em risco e onde foi declarado o estado de emergência em cinco regiões, a seca está a afetar grande parte da França, já com restrições ao consumo de água em várias regiões do país, e a Suíça, onde o exército está a levar água para pecuária em zonas alpinas.
“O Reino Unido e os Estados Unidos tiveram recentemente ondas de calor e a região do Corno de África está a sofrer a pior seca das últimas quatro décadas, que levou mais de 23 milhões de pessoas a enfrentarem "fome extrema" na Etiópia, Somália e Quénia, segundo um relatório publicado em maio pelas organizações Save the Children e Oxfam”.
De relembrar que em junho passado, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que a seca "afeta todas as regiões de forma cada vez mais grave e frequente", podendo atingir três quartos da população mundial em meados deste século.
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