O ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano defendeu ontem, na reunião ministerial que antecede a Cimeira da União Africana (UA), que se aperfeiçoem mecanismos para lidar com a “fragilidade institucional” de alguns países e consequentes crises.
“Talvez devamos passar a olhar de forma diferente para a questão crucial que é a fragilidade institucional de alguns dos nossos Estados e ver em que medida mecanismos já existentes poderão ser aperfeiçoados”, referiu Rui Figueiredo Soares, citado num comunicado do Ministério.
“Sem instituições fortes e resilientes, não pode haver democracia nem desenvolvimento sustentável”, acrescentou.
O governante disse que o apelo “pode parecer um tanto ‘utópico’, vista a conjuntura”, mas parece “inevitável lançar, pelo menos, um novo olhar sobre esta questão fundamental”, refere-se no mesmo comunicado.
Rui Figueiredo Soares discursava durante a 44.ª sessão do Conselho Executivo da UA, que decorre hoje e quinta-feira, antecedendo a Cimeira de chefes de Estado e de Governo, sábado e domingo, na capital etíope.
A atual presidência da UA, entregue às ilhas Comores, chega ao fim sem ter conseguido prevenir a proliferação de golpes de Estado, na África Ocidental, e o avanço do fundamentalismo islâmico, quer na África Ocidental, quer na parte oriental do continente.
Só na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, a que Cabo Verde pertence), há quatro países (Mali, Burkina Faso, Guiné-Conacri e Niger) governados por militares, desde 2020, na sequência de golpes de Estado.
Uma tentativa de golpe na Serra Leoa, outro membro da CEDEAO, matou 21 pessoas em novembro e no Senegal, o país mais próximo de Cabo Verde e um dos mais influentes no bloco regional, vários protestos eclodiram depois de o Presidente, Macky Sall, ter anunciado, em 03 de fevereiro, o adiamento das eleições presidenciais, três semanas antes do dia da votação.
A Semana com Lusa
15 de Fevereiro de 2024
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments