O primeiro-ministro cabo-verdiano disse hoje que o país poderá baixar o preço da eletricidade com a central de armazenamento de energias renováveis que vai ser construída na ilha de Santiago, e que deverá iniciar operações em 2028.
“Esse é o ponto de chegada [redução do preço da eletricidade], o ponto de partida é aumentarmos a nossa capacidade de produção, de armazenagem”, disse Ulisses Correia e Silva, em declarações aos jornalistas, na cidade da Praia, após a apresentação do projeto.
A central de energias renováveis na ilha de Santiago é um projeto com 20 megawatts (MW) de potência e 160 megawatts por hora (MWh) de capacidade de armazenamento de energia.
“Havendo mais energia renovável, menos importação e menos exposição à alteração de preços internacionais, obviamente, nós iremos ter um impacto maior nas tarifas, em termos de redução das tarifas, quer para as famílias, quer para as empresas”, reforçou.
Correia e Silva disse que a central é “o maior” projeto a nível das energias, que vai “aumentar significativamente” a capacidade de armazenagem e de produção no país, que pretende atingir mais de 50% de eletricidade através de renováveis até 2030 e aproximar dos 100% em 2040.
Atualmente, a produção de energias renováveis (solar e eólica) ronda os 20% em Cabo Verde, arquipélago onde, apesar de alguma intermitência, o sol e o vento são abundantes durante todo o ano.
O diretor nacional de Indústria, Comércio e Energia cabo-verdiano, Rito Évora, avançou que a central deverá injetar 7% de energias renováveis na rede pública nacional e 18% na da ilha de Santiago em 2030.
A central, cuja construção deverá arrancar no próximo ano, vai armazenar os excedentes de energias renováveis produzidas, eólica e solares, através do sistema de reservatórios e bombagem de água, prevendo-se uma redução de 22% no consumo de combustíveis fósseis na produção de eletricidade.
A infraestrutura vai ser construída na localidade de Chã Gonçalves, no concelho de Ribeira Grande, contendo dois mega reservatórios, um de 360 mil metros cúbicos de água e outro com 320.
E será ainda construída uma pequena dessalinizadora de 1.000 metros cúbicos, para repor a perda de água provocada pela evaporação, servindo também para uso da população local, ainda segundo a apresentação.
Após a sua construção, Rito Évora avançou que a previsão é que em dois ou três anos a central tenha toda a quantidade de água necessária para a produção de energias renováveis.
A construção da central de armazenamento de energias renováveis terá um custo de 60 milhões de euros, e avança no âmbito de um financiamento de 246 milhões de euros da Global Gateway, da Comissão Europeia, para iniciativas com impacto na transição energética, conetividade, transformação digital e economia azul.
A Semana com Lusa
19 de Fevereiro de 2024
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments