A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) saudou hoje a Fundação Amílcar Cabral pelas celebrações do centenário de Amílcar Cabral, apontando-o como fonte de inspiração para resolver problemas actuais.
O pai das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde foi um “herói” cujo “trabalho multidimensional pode servir de fonte de inspiração para as atuais gerações africanas”, lê-se na mensagem de Omar Touray, presidente da comissão da CEDEAO, divulgada pela fundação.
“Ironicamente, celebra-se o centenário do seu nascimento numa altura em que a nossa sub-região e o nosso continente são mais uma vez vítimas de confrontos entre potências estrangeiras, o que parece ser uma nova guerra fria”, tal como Cabral teve de enfrentar, referiu.
Além disso, “a unidade sub-regional está a ser posta à prova por múltiplos desafios”, com golpes de Estado que levaram Níger, Mali e Burkina Faso a afastar-se da comunidade.
Segundo o presidente da CEDEAO, o contexto mostra que “as lições aprendidas com a sua vida [de Amílcar Cabral] permanecem atuais e as gerações do presente e futuro têm muito a aprender com este grande africano”.
O pensamento de Cabral pode abrir caminhos para a liderança política ao serviço da independência e da emancipação africana, no quadro da unidade continental, acrescentou.
A CEDEAO saúda a fundação com “solidariedade” e “toda a Comunidade da África Ocidental e deseja sucesso no seu trabalho”, concluiu.
Amílcar Cabral nasceu a 12 de setembro de 1924, em Bafatá, na então Guiné Portuguesa (hoje Guiné-Bissau), e foi assassinado a 20 de janeiro de 1973, em Conacri, Guiné.
As comemorações do centenário têm sido marcadas por diversos eventos académicos, culturais e políticos em várias partes do mundo.
Desenvolvidas desde 2022, as iniciativas aceleraram em janeiro, com teatro, música, marchas e debates, que têm tratado vários temas da política à agronomia, passando pelo desporto, mostrando a multidisciplinaridade de Cabral.
A Semana com Lusa
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