Segundo ainda a Lusa, os assessores da campanha de Harris parecem estar a aconselhar a candidata a não tentar tirar proveito nem da sua origem étnica, nem do seu género feminino, mas antes centrar-se em duas mensagens: a ameaça à democracia que poderá representar uma vitória de Trump (lembrando que ele prometeu ser um ditador no seu primeiro dia como Presidente); e as ideias de que o Partido Democrata quer fazer prevalecer, agora que Biden saiu da corrida presidencial.

Enquanto no pavilhão de Chicago passarão pelo palco nomes fortes do Partido Democrata para falar dos temas centrais de campanha — imigração, acesso ao aborto, inflação, segurança — a organização está igualmente preocupada em realizar festas que provem que o partido não está apenas mobilizado para vencer as eleições, mas também atravessa uma fase de entusiasmo e de união.

A convenção contará com estrelas como o artista John Legend, estando ainda em dúvida se também Beyoncé ou Taylor Swift participarão em algum evento e a organização Creative Coalition (um influente grupo de militantes ligados ao mundo do espetáculo) já prometeu que irá realizar a melhor festa da semana, na quarta-feira, com um concerto com muitas estrelas e apresentado pela atriz Octavia Spencer.

Conforme a mesma fonte, no dia seguinte, no encerramento da convenção, será a vez do polémico comediante Jon Stewart fazer o papel de mestre de cerimónias, depois de ao longo dos quatro dias se terem realizado muitas festas e concertos.

Novidade é o acesso que foi dado à presença de produtores de conteúdos e ‘influencers’ da Internet, que poderão partilhar o espaço dos ‘media’ ao lado dos jornalistas, num gesto que repete o que os republicanos já permitem há muitos anos e que procura explorar outras áreas de divulgação da mensagem política.

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Kamala Harris chega à convenção com sondagens a favor em estados cruciais

Kamala Harris (AP)

 

Ainda sgundo a Lusa, três semanas depois de assumir o lugar de Joe Biden como candidata presidencial democrata, Kamala Harris virou as sondagens a seu favor em cinco estados cruciais e alargou a vantagem sobre Donald Trump a nível nacional. 

A nova sondagem Cook Political Report, sobre sete estados cruciais, mostra que Kamala Harris passou para a frente na Pensilvânia (+1), Michigan (+3), Wisconsin (+3), Carolina do Norte (+1) e Arizona (+2). 

A Geórgia está em empate técnico e no Nevada é Donald Trump quem lidera (+3). Aqui, Harris reduziu a distância em seis pontos em três semanas. 

Em maio, a pesquisa Cook Political Report mostrava Trump a liderar em todos estes estados por 1 a 9 pontos exceto no Wisconsin, onde a corrida estava empatada. 

“O sucesso de Harris a eliminar a diferença é impulsionado pela sua consolidação da base democrata e maior apoio entre eleitores independentes”, escreveu no relatório a analista Amy Walter. 

A mudança também está a chegar à Florida, onde os dados de uma nova sondagem da Florida Atlantic University colocam Donald Trump à frente por apenas três pontos, metade da vantagem que tinha sobre Biden. 

Segundo a sondagem NPR/PBS News/Marist, publicada a 06 de agosto, a favorabilidade da candidata disparou entre 20 a 30 pontos junto do eleitorado afro-americano, mulheres brancas com licenciatura e mulheres independentes. 

Acrescenta a Lusa que a mais recente pesquisa New York Times/Siena College mostra igualmente uma “inversão dramática” para o partido Democrata, com Kamala Harris a liderar no Michigan, Pensilvânia e Wisconsin por quatro pontos percentuais (50% contra 46% de Trump). 

O 'ponteiro' do Financial Times, que se baseia em várias sondagens, dá a Harris uma vantagem de 1,4 pontos no Michigan e 0,6 pontos no Wisconsin e mostra um empate na Pensilvânia, estado onde antes Trump tinha mais 4,4 pontos que Biden. 

Os dados que vêm de sondagens estaduais de elevada qualidade fornecem indicadores mais robustos que as médias nacionais, mas a tendência global também beneficia a democrata. O FT coloca Harris à frente com 47,4% contra 45,5% de Donald Trump. 

Também os dados agregados da plataforma FiveThirtyEight mostram que Kamala Harris tem agora 46,2% das intenções de voto a nível nacional, contra 43,5% de Donald Trump. A vantagem é de 2,7 pontos, o que espelha a tendência ascendente desde o final de julho, quando a candidata passou para a frente por apenas 0,8%. 

Em agosto, as sondagens Morning Consult, Quantus Polls and News, Pew Research Center, Big Village, YouGov, ActiVote e Emerson College mostram Harris à frente, com 1 a 5 pontos de vantagem. As sondagens Beacon Research/Fox News e J.L. Partners/DailyMail mostram Trump com 1 e 2 pontos de vantagem, respetivamente. 

Numa sessão de análise ao impacto da mudança de Biden para Harris, o analista da Morning Consult Cameron Easley salientou que há agora mais democratas entusiasmados com as eleições de 2024. 

“Desde a alteração, o entusiasmo nos eleitores com mais de 45 anos disparou”, afirmou o analista, notando que tal diferença não é tão visível nas faixas etárias mais jovens, que historicamente votam em menor percentagem, refere a Lusa.