quinta-feira, 19 setembro 2024

Guerra Ucrânia/Rússia: Ucrânia manda em Sudzha e até já tem um posto militar dentro da Rússia. Kremlin nega (quase) tudo mas as imagens não enganam

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

São 82 localidades sob domínio ucraniano, de acordo com os dados de Kiev, mas o problema vai bem mais para dentro da Rússia. Não é só Kursk

 

Vendados, amarrados e amontoados. Se ninguém esperava uma brutal incursão da Ucrânia em pleno território russo, estes homens estão, certamente, entre os mais surpreendidos. Quase duas semanas depois de uma entrada triunfal em Kursk, onde já conseguiu avançar cerca de 35 quilómetros para conquistar uma área superior a mil quilómetros quadrados – o chefe das Forças Armadas fala em 1.150 quilómetros quadrados –, a Ucrânia anunciou a detenção de cerca de 100 soldados russos, mas poderão mesmo ser "centenas", de acordo com informações prestadas ao Financial Times.

Talvez para evitar um desmentido russo, Kiev apressou-se, através dos serviços de segurança, a partilhar várias imagens dos detidos, que foram colocados num barracão amarrados e vendados. Ainda não foi possível ver a cara do presidente russo depois destas imagens, mas Vladimir Putin estará tudo menos contente, até porque o Kremlin tem conseguido disfarçar mal o terror que esta incursão está a causar, obrigando à retirada de mais de 200 mil pessoas das regiões fronteiriças, ao passo que o avanço militar ucraniano parece estar longe de contido, naquela que é a maior entrada de forças estrangeiras em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial.

Para os prisioneiros avança agora uma negociação. O provedor ucraniano Dmytro Lubinets já confirmou que ambos os lados estão a conversar para tentar perceber o que pode ser feito, sendo que nada parece travar o avanço da Ucrânia.

Ainda esta quinta-feira o presidente ucraniano anunciou a tomada da maior cidade até agora. Sudzha tinha apenas cinco mil habitantes antes da guerra, não é uma grande cidade para a realidade russa, mas é importante na região de Kursk, nem que seja pela localização estratégica – é por ali que passa um gasoduto que transfere gás natural da Rússia para a Europa.

Agora a Ucrânia controla essa zona crucial, vendo nesta conquista, uma das 82 localidades que Kiev agora controla em território russo, uma oportunidade para um objetivo já conseguido: criar um posto de comando militar já dentro da Rússia, onde também foram cavadas trincheiras. Isto para efetivar a criação de uma "zona tampão" que permita uma defesa mais eficazes dos ataques que chegam à Ucrânia daquela mesma zona.

Imagem de satélite mostra uma trincheira cavada junto à autoestrada E38, em Kursk (Maxar/AP)

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

O objetivo final ainda não foi totalmente desvendado, mas acredita-se que a Ucrânia quer uma de duas coisas: ganhar vantagem em eventuais negociações de cessar-fogo ou obrigar Moscovo a desmobilizar as tropas presentes nas regiões ocupadas de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Lugansk.

Acontece que Vladimir Putin foi taxativo: esta incursão acabou com quaisquer perspetivas de uma paz negociada. Por outro lado, a deslocação de tropas, a acontecer, deve incidir-se nas que estão presentes mais a sul, uma vez que a grande luta russa é no Donbass, formado por Donetsk e Lugansk.

Dados de 11 de agosto de 2024

Observações: "Avaliado" significa que o Instituto para o Estudo da Guerra recebeu informações fiáveis e verificáveis de forma independente que demonstram o controlo ou os avanços russos nessas áreas. Os avanços russos são áreas onde as forças russas operaram ou lançaram ataques, mas não as controlam. As áreas "reivindicadas" são aquelas em que fontes afirmaram que estão a ocorrer controlo, incursões ou contra-ofensivas, mas que o ISW não pode corroborar nem demonstrar que são falsas.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

Em paralelo, e de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, a localidade de Krupets foi reconquistada pelas forças russas depois de intensos combates. Mesmo perante esse aparente sucesso, o Kremlin está preocupado: o ministro da Defesa anunciou a criação de um gabinete especial para lidar com o que está a acontecer na fronteira.

“Estamos a falar, em primeiro lugar, sobre aumentar a eficácia do comando de tropas e do sistema de controlo em interação com as autoridades e a administração da região de Belgorod, além de alocar mais forças e meios para as principais tarefas”, afirmou Andrei Belousov, que instituiu um conselho de coordenação para lidar com o que está a acontecer em Kursk, mas já antecipando problemas nas também fronteiriças regiões de Belgorod e Bryansk.

Isto porque a juntar às consequências mais efetivas de ter de deslocar milhares de pessoas, a Rússia tem visto imagens difíceis de explicar ao seu povo, nomeadamente os vídeos de ucranianos a mudarem os nomes de cidades para que soem a ucraniano em vez de russo ou as trocas de bandeiras em várias zonas.

Imagens de satélite mostram a destruição provocada por um ataque à base aérea de Borisoglebsk, em Voronezh (Planet Labs PBC/AP)

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

E não é apenas pelo solo que a Ucrânia está a conseguir surpreender a Rússia. Ataques com drones a solo russo já têm acontecido, mas nunca com dimensões como as daqueles que estamos a ver agora. A imagem acima, captada através de satélite, mostra como ficaram alguns dos aviões na base aérea de Borisoglebsk, na região de Voronezh, perto de Kursk.

Foi um resultado de um lançamento de vários drones que tinham como alvo bases aéreas, muitas delas atingidas e danificadas. Ao todo, de acordo com as Forças Armadas da Ucrânia, foram atingidas quatro bases aéreas russas, algumas delas bem dentro do território inimigo.

O próprio Ministério da Defesa da Rússia confirmou o lançamento de 117 drones contra várias regiões russas, mas não referiu qualquer dano nas zonas atacadas. Acontece que, de acordo com as imagens da Planet Labs PBC, bases como a de Borisoglebsk, a 249 quilómetros, ou de Savasleyka, a 600 quilómetros, foram mesmo atingidas. 

A Semana com CNN Portugal

120 Characters left


Colunistas

Opiniões e Feedback

joao neves2
7 days 3 hours

Porquê que as eleições têm de ser realizadas apenas num Domingo? O Governo não pode conceder tolerância de ponto?

D. G. WOLF
15 days 22 hours

A Guiné-Bissau é uma espinha atravessada na garganta dos cabo-verdianos.

JP
20 days

hehehe SATANÁS ta inspeciona DEMONIOS hehehe Só trossa propi

Pub-reportagem

publireport

Rua Vila do Maio, Palmarejo Praia
Email: asemana.cv@gmail.com
asemanacv.comercial@gmail.com
Telefones: +238 3533944 / 9727634/ 993 28 23
Contacte - nos