O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, preside hoje, na província de Sofala, à abertura do ano letivo de 2024, numa altura em que se multiplicam manifestações de professores que reclamam pagamento de horas extraordinárias e melhores condições de trabalho.
A abertura do ano letivo será feita no distrito de Dondo, posto administrativo de Mafambisse, centro de Moçambique, coincidindo com a inauguração da maior escola secundária de Moçambique, um projeto financiado na totalidade pela fundação de princípios budistas Tzu Chi e que está orçado em cerca de 11 milhões de euros.
O arranque do ano letivo ocorre num momento em que se multiplicam manifestações de professores, que reclamam o pagamento de horas extraordinárias e melhores condições de trabalho, ameaçando não assumir turmas extras neste ano.
Os professores também querem que o executivo crie condições para acabar com a sobrelotação das salas de aulas, ameaçando impedir que mais de 50 alunos entrem numa única turma, como é frequente no país.
“O professor não só reivindica o seu dinheiro, mas, sim, reivindica melhor qualidade de ensino, reivindica melhores salas para os seus alunos e também reivindica melhores condições de trabalho”, afirmou Avatar Cuamba, presidente da Associação dos Professores Unidos (APU) de Moçambique, agremiação promotora dos protestos, durante a última manifestação, ocorrida na segunda-feira.
Há uma semana, o Ministério da Educação de Moçambique admitiu que tem um défice de 10 mil professores de um total de 12 mil que deviam ser contratados neste ano letivo.
O executivo prevê contratar apenas 2.803 professores, sendo prioritários os de matemática, química e física, para reforçar os cerca de 170 mil professores no ativo.
Há também planos de inaugurar 10 novas escolas, tendo sido ampliadas outras 77, através do aumento do número de salas, nas províncias da Zambézia, Sofala e Tete, no centro, Cabo Delgado, Nampula, no norte de Moçambique, e em Inhambane e Maputo, no sul do país, segundo o Ministério da Educação.
A Semana com Lusa
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