segunda-feira, 21 julho 2025

I INTERNACIONAL

Portugal: Cabo-verdianos entre os despejados do Bairro de Talude Militar em Loures

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Moradores cabo-verdianos estão entre as famílias despejadas do Bairro do Talude Militar, em Loures, na Grande Lisboa, na segunda e terça-feira, confirmaram à Inforpress conterrâneos que residem no mesmo bairro.

 

Em declarações à Inforpress, os cabo-verdianos Manuel Lopes e Filomena, lamentaram a situação dos seis a sete conterrâneos que viram as suas barracas serem deitadas abaixo.  Segundo estes moradores, apenas um dos cabo-verdianos afectados informou ter arrendado um quarto na Amadora, e quanto aos restantes, desconhecem se foram para casas de amigos, familiares ou espaços cedidos pela autarquia liderada pelo socialista Ricardo Leão.

Os despejos, iniciados na segunda-feira, foram suspensos na terça-feira após uma decisão do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa que decretou a interrupção das demolições.

A Câmara Municipal de Loures ordenou a demolição de 64 habitações, ou “barracas de lata”, construídas pelos próprios moradores no Talude Militar, onde vivem cerca de 161 pessoas, incluindo idosos, mulheres, homens e crianças.

Ao todo, foram demolidas 55 construções, sendo 51 no primeiro dia e quatro na manhã de terça-feira.

Em declarações à Inforpress, os cabo-verdianos Manuel Lopes e Filomena, lamentaram a situação dos seis a sete conterrâneos que viram as suas barracas serem deitadas abaixo.  

Segundo estes moradores, apenas um dos cabo-verdianos afectados informou ter arrendado um quarto na Amadora, e quanto aos restantes, desconhecem se foram para casas de amigos, familiares ou espaços cedidos pela autarquia liderada pelo socialista Ricardo Leão.

No entanto, Manuel Lopes e Filomena acreditam que os despejados vão voltar, tendo em conta que deixaram seus pertences e a suspensão das demolições pelo Tribunal.

Contrariamente ao Manuel Lopes, que vive neste bairro há seis anos, Filomena reside em uma casa com acesso à água e energia eléctrica há mais de 26 anos.

 “Não tenho que me queixar de nada, porque, quando cheguei em 1999 encontrei o meu pai [falecido] com a casa que construiu em 1965, legalizada, com água e energia eléctrica”, revelou, admitindo que “não é fácil viver” neste bairro perto de Catujal com estradas de terra batida e em péssimas condições.

A cabo-verdiana, natural de Tarrafal de Santiago, de 49 anos, fez saber que tem oferecido água para vizinhos, tanto conterrâneos e não só, para que as crianças não fiquem sujas e com sede nas ruas.

“Viver aqui é um sacrifício, não há água e nem energia. Temos que carregar água à cabeça e procurar um balde na casa dos vizinhos e roubar luz nos postes. Temos que lutar com a vida (…)”, contou Manuel Lopes, de 66 anos, natural de Santa Catarina de Santiago.

 

A Semana com Inforpress

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Opiniões e Feedback

jorge lopes
2 days 23 hours

Chega de tretas. A sério. Este teatrinho de acusações sobre “manuais secretos”, “estratégias de guerra suja” e ...

djonsa
3 days 16 hours

Ah, estas megaoperações com nome pomposo — “Plano Operacional Verão 2025 em Segurança” — são mesmo o equivalente ...

jl
3 days 22 hours

E lá vêm eles outra vez com os planos públicos de “segurança”, com nomes sonantes como “Verão Seguro 2025”, chei ...

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