sábado, 19 abril 2025

I INTERNACIONAL

Portugal: Cerca de uma centena de pessoas pediram justiça para Odair Moniz na Amadora

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Cerca de uma centena de pessoas participaram este sábado numa marcha entre a Cova da Moura e o Bairro do Zambujal, na Amadora. Pediram “justiça” para Odair Moniz, morto pela polícia, e por “todas as vítimas de violência policial”

 

Estamos a pedir justiça pelo Odair e por todos os Odair que infelizmente foram mortos por abuso policial. O que pedimos e ansiamos é que não haja abuso policial e que os bairros não sejam considerados como uma forma de opressão e repressão”, disse à Lusa Luísa Semedo, activista do movimento Vida Justa.

 

Ao som de bombos, os manifestantes desfilaram entre a Cova da Moura, onde foi morto Odair Moniz, e o Bairro do Zambujal, onde residia, e gritaram várias palavras de ordem, sendo as mais ouvidas: “justiça para Odair”, “polícia racista, tortura e assassina”, “sem justiça não há paz” e “a nossa luta é todo o dia contra o racismo e xenofobia”.

Morador no Bairro do Zambujal, Odair Moniz foi baleado mortalmente por um agente da Polícia de Segurança Pública em 21 de outubro de 2024, quando conduzia o seu carro, no bairro da Cova da Moura. A sua morte desencadeou a revolta, nalguns casos acompanhada por distúrbios, em vários bairros da periferia de Lisboa.

Estamos a pedir justiça pelo Odair e por todos os Odair que infelizmente foram mortos por abuso policial. O que pedimos e ansiamos é que não haja abuso policial e que os bairros não sejam considerados como uma forma de opressão e repressão”, disse à Lusa Luísa Semedo, activista do movimento Vida Justa.

Não podemos ter os nossos filhos a ver o policiamento como ameaça, mas sim como uma segurança”, precisou.

Questionado sobre se alguma coisa mudou depois de outubro de 2024, uma vez que se realizaram reuniões entre o Governo e dirigentes associativos, Luísa Semedo sublinhou que estes encontros “foram um bocadinho mais para lavar a cara”.

Da parte deles nunca mais contactaram as associações, não há uma proximidade, não há nem um compreender como podemos resolver isso da melhor maneira”, frisou.

A ativista sustentou que o Estado devia olhar para as minorias ou pessoas que moram nos bairros “não como criminosas, mas como mais vulneráveis no sentido de apoio e não reprimir”.

Em final de Janeiro, o Ministério Público (MO) acusou do crime de homicídio, punível com pena de prisão de oito a dezasseis anos, o agente da PSP que baleou Odair Moniz no bairro da Cova da Moura, sendo a próxima fase deste processo o julgamento.

Questionada sobre a acusação, a ativista do movimento Vida Justa disse não ser a melhor pessoa para falar sobre ela.

Além do processo judicial, estão a decorrer processos de âmbito disciplinar na PSP e na Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), à qual a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, pediu “caráter de urgência”, mas ainda não há conclusões.

Segundo a acusação, Odair Moniz tentou fugir e resistir à detenção, mas não se verificou qualquer ameaça com recurso a arma branca, contrariando o comunicado oficial da PSP divulgado após o incidente, segundo o qual o homem teria “resistido à detenção” e tentado agredir os agentes “com recurso a arma branca”.

Por decisão do Tribunal da Amadora, o agente da PSP está suspenso das suas funções desde o fim de fevereiro.

A marcha de hoje, organizada pela Grande Marcha dos Bairros do movimento Vida Justa e que contou com a presença do deputado do BE Fabian Figueiredo, marcou o fim de uma série de iniciativas que começaram a 15 de março pela Área Metropolitana de Lisboa e que já passou por vários bairros dos concelhos de Almada (distrito de Setúbal), Amadora, Barreiro, Cascais, Loures, Seixal e Sintra (distrito de Lisboa) contra os despejos.

A Semana com Lusa

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luis abreu
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continue assim sr. ministro demorou sim demorou mas nunca é tarde para é nossa terra de esperança bem haja Jorge Figueired ...

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Ah pois, claro... a Guiné-Bissau não tem patrulheiros com mais de 20 metros, não consegue controlar a pesca ilegal na sua ...

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