O Presidente da República José Maria Neves vai lançar uma campanha nacional de plantação de árvores durante o dia da floresta, esta sexta-feira, como forma de alertar para novos dados sobre o impacto das alterações climáticas, anunciou hoje.
José Maria Neves vai assinalar o Dia Mundial da Árvore, ou das Florestas, com o lançamento, na sexta-feira, da campanha de plantação de 50 árvores nos diversos municípios do país, no quadro do cinquentenário da independência nacional.
A iniciativa insere-se no papel de Maria Neves como “campeão” para a preservação do património natural e cultural africano, segundo a União Africana (UA), cabendo-lhe “impulsionar ações que influenciem positivamente o ambiente, face às aceleradas alterações climáticas e os seus efeitos nefastos sobre pequenos estados insulares como Cabo Verde”.
Os principais sinais das alterações climáticas bateram recordes no ano passado, confirmou, na quarta-feira, uma equipa internacional de cientistas da Organização Meteorológica Mundial, alertando que algumas das suas consequências “serão irreversíveis durante centenas, se não milhares de anos”.
Cabo Verde lançou um Portal do Clima, dedicado à temática, (portaldoclima.gov.cv) onde explica que, este ano, dará passos fundamentais “na governança e na transparência climática” com a elaboração de diversos relatórios alinhados com os padrões internacionais.
José Maria Neves vai assinalar o Dia Mundial da Árvore, ou das Florestas, com o lançamento, na sexta-feira, da campanha de plantação de 50 árvores nos diversos municípios do país, no quadro do cinquentenário da independência nacional.
“O objetivo é sensibilizar a população para a importância da preservação ambiental, prevenir as alterações climática, a erosão dos solos e a desertificação, assim como reforçar o compromisso de Cabo Verde com a sustentabilidade e a resiliência climática”, referiu.
A iniciativa, que se traduz em plantação de árvores ornamentais e fruteiras, vai decorrer em São Domingos, ilha de Santiago, depois de duas ações já realizadas nas ilhas de Santo Antão e São Vicente.
A Semana com Lusa
Vai plantar bananeiras, ó Neves!” – Crónica de uma floresta de contradições
José Maria Neves, o eterno ex de tudo e actual Presidente da República, resolve agora vestir-se de verde e plantar árvores. Não, não é uma metáfora para reconstruir o que destruiu. São árvores mesmo — com folhas, raízes e tudo. Vai daí, no Dia Mundial da Árvore, apareceu com uma pá na mão e um sorriso presidencial, pronto para enfiar umas 50 plantinhas no chão.Mas deixem-me ver se percebo bem: depois de 15 anos de governação desastrosa, onde o caos urbano cresceu mais depressa do que qualquer floresta, agora quer salvar o planeta com meia dúzia de árvores? Talvez seja uma tentativa simbólica de replantar o bom senso, porque claramente arrancou-o todo pela raiz nos anos de governação.
Praia e Mindelo, outrora cidades tranquilas, viraram parques temáticos do medo. Adolescentes armados, gangs a recrutar em escolas, e a segurança pública entregue à sorte — tudo enquanto o Governo se entretinha com reformas que só reformaram a paciência do povo.
E não esqueçamos o elefante morto que ninguém enterrou: TACV. Uma companhia aérea que mais parecia um reality show de má gestão: episódios intermináveis, actores incompetentes e um público que pagava bilhete (via impostos) sem nunca ter pedido para assistir.
Agora, com o selo honorífico de “campeão da União Africana para o ambiente” — que deve ter sido atribuído por alguém com sentido de humor apurado — Neves está aí a lançar campanhas de plantação como se fossem episódios de redenção espiritual. A floresta agradece, mas a História não perdoa.
Uma sugestão construtiva, porque o tempo é de esperança: Presidente Neves, que tal plantar bananeiras? Ao menos dava frutos e talvez fosse mais simbólico. Afinal, durante 15 anos, tratou o país como uma plantação — mas de ilusões, promessas e medidas ocas.
Um conselho sincero: continue a plantar, sim, mas não se esqueça de regar com memória e adubar com arrependimento. Porque sem isso, nem o mais robusto dos baobás aguentará a seca moral que paira sobre certas figuras públicas ...
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