terça-feira, 01 julho 2025

I INTERNACIONAL

Brasil: Índio militante ecologista morto por traficantes de madeira na Amazónia

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O guarda florestal Paulo Paulino, conhecido internacionalmente como militante ecologista, morreu durante um recontro, na sexta-feira, 1, com traficantes madeireiros na região de Araribóia, Maranhão, um dos estados mais tocados pelos incêndios e a exploração ilegal dos recursos da floresta amazónica.

A Polícia Federal comunicou no sábado, 2, que está a investigar a morte de Paulo Paulino, da tribo dos Guajajara, morto durante uma emboscada em que outro guarda florestal ficou ferido.

A coordenadora da Associação dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara — que é a primeira mulher nordestina e indígena a concorrer à Presidência da República, nas eleições de 2018 — dirigiu-se a Bolsonaro via Twitter: "Pare de autorizar o derrame de sangue do nosso povo". À frente da coordenadoria executiva da APIB, ela é,segundo a ONU, "uma das maiores lideranças ambientais do país, unificando mais de 305 povos", no "combate aos interesses dos setores mais poderosos da sociedade brasileira".

"Este trabalho está cada vez mais perigoso", expressara Paulo, na casa dos vinte anos e pai de um filho pequeno, ao ser entrevistado pelo correspondente brasileiro da Reuters em setembro.

Reações oficiais

O ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, escreveu no Twitter: "A Polícia Federal irá apurar o assassinato do líder indígena Paulo Paulino Guajajara na Terra Indígena de Araribóia, no Maranhão. Não pouparemos esforços para levar os responsáveis por este crime grave à Justiça".

A Terra Indígena Araribóia é composta por etnias indígenas Ka’apor, Guajajaras e Awá-Guajás. As três tribos uniram-se nos chamados "Guardiões da Floresta", com o objetivo de proteger a natureza.

Ao longo destes seis anos, escreve a Globo, os "Guardiões da Floresta" têm vindo a evitar invasões de madeireiros, incêndio... Numa das suas rondas, encontraram acampamentos de madeireiros e veículos usados para transportar a madeira. O caso foi levado às autoridades, mas até esta a investigação não avançou.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que a "competência para apurar crimes contra direitos indígenas, em face de suas terras, é federal". Disse ainda que "desde ontem (sábado), a Polícia do Maranhão está colaborando com investigações sobre crimes na TI Arariboia".


Conflito em 2013

Em 2013, houve uma operação na terra indígena Awá de retiradas de pessoas que viviam irregularmente dentro da área. As terras já haviam sido loteadas e vendidas ilegalmente, muitas fazendas já haviam sido construídas na área. Através de uma ordem da Justiça Federal, a operação foi realizada, mas pouco tempo depois, as áreas voltaram a ser ocupadas e desmatadas.

Na época, os índios pediram ajuda e afirmaram que estavam sendo ameaçados durante as rondas e apreensões pelas áreas. O Governo do Estado disse na ocasião que a proteção das terras indígenas e dos índios é de responsabilidade do Governo Federal e que avisara o Ibama, a Funai, a Secretaria Estadual de Segurança Pública e a Polícia Militar do Maranhão, para tomarem "as devidas providências".

Fontes: Le Monde/Globo/Reuters/Agência Brasil. Foto de Paulo Paulino, entrevistado pelo correspondente brasileiro da Reuters em 10 de setembro.

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