Um relatório apresentado na sexta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que Cabo Verde, país com segunda maior dívida da África Subsariana, vai ter um crescimento de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2019.
FMI prevê crescimento económico de 5% e diminuição da dívida em Cabo Verde em 2019
O mais recente documento de previsões económicas na África subsariana indica que o crescimento económico de Cabo Verde em 2018 foi de 4,7% .
A dívida pública de Cabo Verde, que em 2018 fixou-se nos 127,7%, a segunda maior no conjunto dos 45 países da África subsariana, deverá descer para 125,3% em 2019 e para 120,8% no ano seguinte.
A situação cabo-verdiana é classificada de “alto risco de ‘stress’ da dívida”, o que significa um conjunto de vulnerabilidades elevadas provocadas pela dívida.
Os riscos económicos em Cabo Verde dizem respeito à dimensão das empresas geridas pelo Estado, que esgotam valores de despesa pública considerados prioritários noutros campos e trazem, segundo o FMI, “riscos orçamentais e financeiros significativos”.
O FMI considera, no entanto, que Cabo Verde fez progressos ao nível da transparência da gestão de empresas públicas, com a publicação de relatórios oficiais.
A instituição internacional sublinha também a privatização de empresas consideradas não estratégicas em Cabo Verde.
O país é considerado pobre em recursos naturais, de rendimento médio, aponta o relatório.
O FMI conta com um crescimento médio de 3,5% na África Subsariana este ano, mas salienta que a região tem grandes disparidades entre vários países.
Dos 45 países incluídos, 21 irão crescer a uma taxa de 5% ou mais, enquanto 24, considerados dependentes de recursos naturais, vão ter crescimentos mais lentos.
A dívida pública é considerada pelo FMI um dos principais “pontos de pressão” nas economias, que acarreta vários fatores de vulnerabilidade.
O FMI considera que as razões para a contração de dívidas variam de acordo com cada país, mas sintetizam-se em pontos como a necessidade de criação de infraestruturas, a alteração dos preços de matérias-primas entre 2014 e 2016 ou resultados de políticas pró-cíclicas. C/ Lusa
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