O tecido empresarial cabo-verdiano é dominado por microempresas (82%) que empregam quase um terço dos trabalhadores, mas representa pouco volume de negócios, de acordo com o VI Recenseamento Empresarial apresentado esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
As microempresas empregam 29.150 pessoas, mais do que as pequenas e médias empresas (PME, com cerca de 23.000), mas não tanto como as 327 grandes firmas, que apesar de estarem em minoria no recenseamento, têm mais de 40.000 trabalhadores ao serviço.
A maioria do pessoal (cerca de 60%) são homens e está nas ilhas de Santiago e do Sal, a mais populosa e a mais turística, respetivamente.
As microempresas têm um peso reduzido na balança do volume de negócios, cujo total, segundo o recenseamento, chegou a 358 milhões de escudos (3,2 milhões de euros).
Deste valor, o volume das microempresas representa 11 milhões de escudos (102 mil euros), apenas 3%, cabendo 59 milhões de escudos (meio milhão de euros) às PME (16,5%) e uma grande fatia de 80%, no valor de 287 milhões de escudos (2,6 milhões de euros), às grandes empresas.
Os dados foram recolhidos há nove meses (outubro de 2023).
O levantamento empresarial do INE é feito de cinco em cinco anos e, desta vez, foram recenseadas 18.191 empresas, mais 65,3% que em 2018, um aumento que beneficiou do facto de, além da recolha de dados no terreno, passar a ser feito um varrimento aos dados administrativos, explicou à Lusa fonte do INE.
A maioria das firmas recenseadas (14.940) são microempresas, ou seja, dispensam contabilidade organizada, têm um volume de negócio até cinco mil contos (45.300 euros) por ano e, no máximo, cinco trabalhadores.
O Regime Jurídico das Micro e Pequenas Empresas (REMPE) foi criado em 2014 para promover “a competitividade, produtividade, formalização e o desenvolvimento” das iniciativas de negócio dos cabo-verdianos, segundo o Governo.
Segundo os dados do recenseamento, além de serem microempresas, a maioria dos negócios existentes no arquipélago são chefiados por homens (71%) e pertencem ao ramo do comércio.
O Recenseamento Empresarial é uma das maiores operações do sistema estatístico nacional cabo-verdiano e é uma das principais fontes para a produção das Contas Nacionais.
O levantamento exclui alguns setores: administração pública e defesa, segurança social obrigatória, atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico, produção das famílias para uso próprio e atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais.
A Semana com Lusa
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