O Governo de Cabo Verde vai receber 18,5 milhões de euros da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA, sigla em inglês), organismo do Banco Mundial, para reforçar o Projeto Digital Cabo Verde, segundo o acordo publicado esta segunda-feira.
O projeto dirigido pela Unidade de Gestão de Projetos Especiais (UGPE) arrancou em dezembro de 2020 com um apoio de 17 milhões de euros do Banco Mundial e tinha janeiro de 2025 como data final indicativa.
O projeto “visa fortalecer a base digital do país e ampliar o acesso a serviços digitais de qualidade” e o acordo de financiamento adicional com a IDA, celebrado em maio, vai suportar “atividades estratégicas alinhadas com os objetivos do projeto”, lê-se no Boletim Oficial da segunda-feira.
Entre elas estão o reforço do ambiente legal e regulatório, a expansão da conectividade e competências digitais, a modernização dos serviços públicos digitais e o fortalecimento da infraestrutura digital.
O projeto dirigido pela Unidade de Gestão de Projetos Especiais (UGPE) arrancou em dezembro de 2020 com um apoio de 17 milhões de euros do Banco Mundial e tinha janeiro de 2025 como data final indicativa.
O projeto está alinhado com o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS II) do Governo.
O PEDS II considera a transformação digital como “um eixo fundamental para promover a inovação, a competitividade e a prestação eficiente de serviços públicos”.
A Semana com Lusa
Digitalização à Cabo Verde: Milhões Entram, Transparência Nem por Sombra
Pois... se algum dia houver uma auditoria independente a sério, daquelas sem comadres nem primos metidos na jogada, nem o projecto actual sobrevivia até à fase final. E se quisermos começar por algum lado, comecemos logo por essa máfia da digitalização das embaixadas, onde há anos que se ouvem histórias de contratos obscuros, serviços inoperacionais, e plataformas que ninguém vê mas toda a gente factura. É sempre bonito ler nas notícias que se recebeu mais uma pipa de massa — agora são 18,5 milhões de euros — para "reforçar a base digital" do país, modernizar, expandir e fortalecer tudo o que é digital. Frases pomposas que só servem para adornar PowerPoints e justificar missões de per diem. Mas na prática, pergunta-se: quantos serviços públicos digitais funcionam mesmo de forma integrada, com interoperabilid ade, com dados limpos e com usabilidade mínima? E a UGPE, sempre muito discreta mas omnipresente, continua a gerir milhões como se fosse um feudo, sem transparência activa, sem relatórios públicos de avaliação de impacto, e com zero responsabilização em relação a falhas graves que toda a gente conhece mas ninguém toca. No papel, o PEDS II é visionário. Na realidade, temos plataformas que não funcionam, infraestruturas a meio-gás e uma classe dirigente digitalmente analfabeta mas tecnologicament e muito interessada... em contratos. Portanto, sim, venha a auditoria — e que seja independente, internacional e sem filtros. Porque o verdadeiro bloqueio à transformação digital não é a falta de dinheiro. É o desvio sistemático de recursos, a impunidade e a cumplicidade institucionaliz ada.Terms & Conditions
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