O PAICV, através do deputadoJulião Varela denunciou, hoje, no parlamento, que a atual governação do MpD deixa marcas profundas com a discriminação de quadros, ao mesmo tempo que questiona sobre o desempenho da ex-ministra que tutelava a Administração Pública, pela grande quantidade de matérias a regulamentar por via dos diplomas de desenvolvimento - cerca de 19 diplomas.
“O que temos neste momento: Proliferação de contratos de prestação de serviço, grandes atrasos no pagamento de salários, transferências compulsivas e grande demanda por licenças sem vencimento e abandono da administração pública rumo à emigração mesmo por parte de quadros da saúde e educação, obrigando o governo a fazer recurso de estagiários por tempo indefinido para suprir essas saídas”, apontou.
De acordo com a interpelação do deputado do maior partido da oposição ao Executivo de Ulisses Correia e Silva, destes diplomas incluem a tabela de remunerações, horário de trabalho na Função Pública, indemnização por cessação de contrato, valor da Pensão unificada, o regime de faltas e licenças, as condições do gozo de licença parental .
Esta declaração foi proferida durante a interpelação sobre a implementação do Regime Jurídico do Emprego Público. Julião Varela, questionou o governo, nomeadamente sobre as seguintes questões:
- 1. Para quando a efetiva implementação do PCFR no quadro comum da Administração Pública?
- 2. Quantos diplomas de desenvolvimento já foram concluídos, quais são? Que áreas falta ainda regulamentar?
- 3. Para quando a adequação dos PCCS dos funcionários das carreiras especiais às normas e princípios da lei do emprego público?
- 4. Qual é o valor do custo de toda esta reforma legislativa na parte da feitura das leis e dos regulamentos?
- 5. Que soluções para as carreiras profissionais que não vão ter PCFR’s?
- 6. Que soluções para repor a perda do poder de compra dos Pensionistas que se situa em torno dos 20%?
O deputado falou em expectativas frustradas. Ressaltou que hoje licenciados que antes sabiam qual o nível de enquadramento e salário na Administração Pública agora ficam a depender da sorte. Varela disse que se alguém entrar para o quadro comum terá o salário bruto de 91.000$00 mas se tiver sorte de ir para uma carreira especial terá uma remuneração de entrada bruta de 109.000$00, resultando numa diferença de 18.000$00.
“Onde está a justiça e igualdade salarial para um mesmo licenciado cujo nível de formação corresponde a um mesmo nível de exigência e anos de formação?”, questionou o parlamentar.
Criticou que as promessas iniciais do Governo de melhorar os salários ficaram pelas carreiras especiais cujo salário mais baixo é de 109.000$00.Segundo ele, foi prometido aos professores e ao pessoal da enfermagem, que sempre fizeram parte das carreiras especiais uma grelha salarial a iniciar em 109.000$00.
O parlamentar referiu, no entanto, que o Governo, a meio do percurso, deu o dito pelo não dito e impôs um salário bruto inicial de 91.000$00 e encurta a faixa salarial que em 2015 ia até 156.000$00 para 136.000$00 - uma perda de 20.000$00.
“O que temos neste momento: Proliferação de contratos de prestação de serviço, grandes atrasos no pagamento de salários, transferências compulsivas e grande demanda por licenças sem vencimento e abandono da administração pública rumo à emigração mesmo por parte de quadros da saúde e educação, obrigando o governo a fazer recurso de estagiários por tempo indefinido para suprir essas saídas”, apontou.
Classe docente frustada
Varela lembrou, por outro lado, que os professores continuam ainda à espera do PCFR que retira-lhes os direitos adquiridos e frustram as suas expectativas.Segundo explicou, um professor que tinha uma expectativa de ter um salário inicial de 109.000$00 correspondente ao montante estabelecido para as carreiras de regime especial fica com 91.000$00 bruto. Criticou ainda que a classe docente fica frustrada com a redução do valor da pensão que baixou em relação ao que constava do Estatuto da Carreira do Pessoal docente aprovado em 2015.
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