A Associação das Mulheres Empresárias de Cabo Verde (AMECV&CD) considerou hoje que "a carga fiscal é bastante elevada”, se se juntar todas as contribuições efectuadas para o Estado, percebendo assim que há espaço para reduzir os impostos.
Este sentimento foi manifestado pela presidente da Associação das Mulheres Empresárias de Cabo Verde, Loide Monteiro, durante uma entrevista à Inforpress.
“Há espaço para reduzir os impostos, porque nós pagamos, se não me engano, mais de 30% do facturado para o Estado, se formos ver o IUR, o INPS, todos os impostos juntos, é uma carga fiscal bastante elevada. Se conseguirmos reduzir isso, seria bom”, calculou.
“A ideia é levarmos algumas propostas ao Governo nesse sentido, para ver como juntos podemos melhorar o ambiente de negócio para as mulheres, mas também para os empresários homens, porque essa questão de impostos afecta todas as empresas no geral”, analisou.
Atendendo que falar da Associação de Mulheres Empresárias é olhar também oportunidades para as mulheres empresárias, a mesma fonte almeja, durante a sua liderança, ver empresas lideradas por mulheres com mais negócio e aumentar a sua facturação.
“Porque o objectivo das empresas é ter sustentabilidade, negócios, facturação, é desenvolver, trazer inovação nas empresas, ser mais eficiente para melhor poder aproveitar as oportunidades”, evidenciou.
Considerando que há espaço para reduzir impostos e que as taxas praticadas “desanimam e asfixiam” os empresários e empresárias, Loide Monteiro sublinhou, por outro lado, que o ambiente de negócio em Cabo Verde é difícil dado à pequenez do mercado.
“Mesmo para fazer negócio entre as ilhas é complicado dado à questão do transporte, quer aéreo quer marítimo… então ficamos muito limitados. Não é fácil ter empresas em Cabo Verde e para as mulheres é ainda mais difícil, porque temos uma sociedade machista. Os homens é que lideram quase tudo. E claro, se tiverem de facilitar, facilitam mais os homens do que as mulheres”, comentou, examinando que a mulher empresária enfrenta “desafios redobrados” para ter sucesso no ambiente de negócio no país.
A AMECV&CD conta com empresárias de diferentes áreas de negócios mas, segundo Loide Monteiro, a maioria das sócias estão na área de turismo e restauração.
“Temos mulheres empresárias na área de tecnologia, construção civil, pequenas indústrias, empresárias na área de consultoria, prestação de serviço, entre outros sectores de actividade. Mas estamos abertos a empresárias ou empreendedoras em qualquer área de negócio no país e na Diáspora”, mencionou.
Loide Monteiro concluiu, dizendo que a organização está aberta a mulheres empresárias de todas as áreas de actuação, desejando ter “bons parceiros” para juntos desenvolverem o país.
“Nós estamos abertos e queremos ter bons parceiros para juntos podermos avançar e desenvolver o país. Partilhar ideias e soluções no sentido de melhorar as nossas empresas e o ambiente de negócio”, manifestou a empresária, assegurando que a AMECV&CD vai trabalhar na internacionalização das empresas cabo-verdianas lideradas por mulheres, no sentido de alargar o mercado, com foco na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Os Estados-membros da CEDEAO são o Benim, o Burkina Faso, Cabo Verde, Côte d’Ivoire, a Gâmbia, o Gana, a Guiné, a Guiné-Bissau, a Libéria, o Mali, o Níger, a Nigéria, a Serra Leoa, o Senegal e o Togo.
A Semana com Inforpress
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