A Afrosondagem denunciou que a sua sede foi alvo de vandalismo na madrugada de sábado, 04 de Maio, e os colaboradores vêm recebendo ameaças anónimas, mas garante que não cederá a intimidações nem se deixará silenciar por ninguém.
“De forma insólita, no dia 04 de Maio do ano em curso (noite de sábado para domingo), as janelas da sede da Empresa Afrosondagem foram alvo de apedrejamento, tendo danificado parte do espaço da empresa, razão pela qual os dirigentes desta apresentaram uma queixa junto das autoridades policiais”, lê-se numa nota de imprensa divulgada na segunda-feira.
O documento, assinado pelo director-geral, José Semedo, refere que dias antes do incidente os responsáveis da Afrosondagem já haviam recebido chamadas telefónicas anónimas com ameaças físicas.
Entretanto, considerou que este “acto grave” ocorre num contexto particularmente sensível, uma vez que a Afrosondagem tem vindo a divulgar publicamente dados estatísticos sobre a situação da política, economia e social de Cabo Verde.
Apesar do sucedido, a Afrosondagem afirma que continuará firme no seu compromisso com a produção de dados fiáveis e rigorosos, respeitando os princípios éticos e deontológicos que regem a sua atividade.
“Tentativas de nos intimidar ou silenciar, não passarão! Não nos vergaremos e seremos intransitivos a quaisquer tipos de ameaças diretas ou indiretas de quem quer que seja”, declarou.
A empresa informou ainda que a nota de repúdio será partilhada com os representantes dos órgãos de soberania, a Autoridade Reguladora para a Comunicação Social, o Afrobarometer e outras redes internacionais de sondagens das quais é membro.
Desde 2002, a Afrosondagem, como parceiro nacional do Afrobarometer, realiza e divulga dados sobre a qualidade da democracia e da governação no país, com uma periodicidade de dois a dois anos, à semelhança de outros países africanos.
A ideia, segundo disse, é dar voz aos cidadãos e fornecer dados úteis aos decisores políticos, académicos, jornalistas, organizações não-governamentais e parceiros internacionais.
Acrescentou que as informações têm sido regularmente utilizadas por diversos actores políticos, organizações não-governamentais, jornalistas, universidades e parceiros bilaterais e multilaterais de Cabo Verde.
Volvidas mais de três décadas desde as primeiras eleições livres e multipartidárias em Cabo Verde, a Afrosondagem considera legítimo esperar que a cultura democrática se manifeste não apenas de forma institucional, mas também nas atitudes do quotidiano, promovendo a liberdade de expressão e o respeito pelo papel das entidades de investigação e análise.
A Afrobarometer é uma rede de pesquisa não-partidária que realiza pesquisas de opinião pública sobre democracia, governação, as condições económicas, e assuntos relacionados em cerca de 40 países na África.
A Semana com Inforpress
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