As reuniões entre o Governo cabo-verdiano e sindicatos de professores terminaram sem entendimento e uma greve dos docentes mantém-se convocada para quinta e sexta-feira, anunciaram os sindicalistas.
“Apelamos a que haja encontros” para se procurar um consenso, acrescentou Lígia Herbert, considerando que “era possível, de forma faseada, satisfazer as reivindicações”.“Essa forma de agir, de quero, posso e mando, não vai funcionar com o professorado. Não estamos a pedir nada que não seja possível”, concluiu Lígia Herbert.
“Não houve respostas” às reivindicações, referiu Lígia Herbert, presidente do Sindicato Democrático de Professores (Sindprof), porta-voz do encontro, na terça-feira, na Praia, que juntou também o Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) e o Sindicato de Professores da Ilha de Santiago (Siprofis).
Segundo a sindicalista, “usar a questão remuneratória como tema fulcral da greve”, por parte do Governo, “é uma forma de enganar a opinião pública”, porque a “questão central” é “o desenvolvimento da carreira do professor, são as promoções que o professor não vai ver”.
Em causa, a equiparação da classe, em vários aspetos, à administração pública, com um Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR), ao passo que os sindicatos reclamam a manutenção de um estatuto da classe docente, tal como acontece com outras profissões, como os médicos.
Na cerimónia de arranque do ano letivo, na segunda-feira, o primeiro-ministro de Cabo Verde pediu aos sindicatos que tenham uma "noção dos limites" da despesa pública.
Lígia Herbert refutou, referindo que “não se pode falar em qualidade de ensino quando não há motivação de uma classe que é especial e [à qual] ninguém pode tirar esse direito”.
Em agosto, o Presidente da República, José Maria Neves, vetou a proposta de PCFR, mas o Governo já anunciou que a vai submeter novamente à Assembleia Nacional, onde a bancada do Movimento pela Democracia (MpD, no poder) tem maioria.
Os professores admitiram hoje recorrer a o Tribunal Constitucional, caso a proposta de lei passe sem apoio do resto do parlamento.
“Apelamos a que haja encontros” para se procurar um consenso, acrescentou Lígia Herbert, considerando que “era possível, de forma faseada, satisfazer as reivindicações”.
“Essa forma de agir, de quero, posso e mando, não vai funcionar com o professorado. Não estamos a pedir nada que não seja possível”, concluiu.
Um total de 130 mil alunos e 7.500 professores do ensino básico ao secundário regressam às aulas, na segunda-feira, em Cabo Verde.
A Semana com Lusa
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