A Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde deteve duas pessoas em Assomada, ilha de Santiago, por suspeitas da prática de 40 crimes de burla qualificada no agendamento Ade vistos para Portugal, anunciou hoje aquela força policial.
No último ano, numa ronda por algumas dessas firmas na Praia, capital do arquipélago, a Lusa constatou que cobravam entre mil e 20 mil escudos (nove e 181 euros) por processo, podendo o valor aumentar em caso de prestação de outros serviços.
Segundo a Lusa, a polícia científica cabo-verdiana avançou, em comunicado, que deteve esta semana um homem, de 53 anos, e uma mulher, de 56, fora de flagrante delito, no município de Santa Catarina de Santiago.
Os detidos, cabo-verdianos, são suspeitos de praticar 40 crimes de burla qualificada no processo de marcação de pedidos de vistos na ilha de Santiago. Durante uma operação de buscas, a PJ apreendeu vários passaportes e documentos.
Conforme a mesma fonte, os suspeitos, os primeiros detidos no âmbito desta investigação, já mediática no país, foram ouvidos no Tribunal da Comarca de Santa Catarina, que aplicou como medida de coação a prisão preventiva.
Em maio, o procurador-geral da República de Cabo Verde, Luís Landim, disse à Lusa haver denúncias que estavam a ajudar a concluir a investigação a redes que cobram por serviços de facilitação de vistos para Portugal.
Há vários anos que os cabo-verdianos têm reclamado do açambarcamento de vagas para estas marcações, por parte de empresas que depois cobram valores diferenciados para prestar o serviço, que, se for tratado nos balcões públicos criados para o efeito, é gratuito.
No último ano, numa ronda por algumas dessas firmas na Praia, capital do arquipélago, a Lusa constatou que cobravam entre mil e 20 mil escudos (nove e 181 euros) por processo, podendo o valor aumentar em caso de prestação de outros serviços.
Na altura, o ministro das Comunidades de Cabo Verde, Jorge Santos, classificou como “traficantes” as empresas e particulares que açambarcam vagas para agendamento de vistos para Portugal e disse que devem ser punidas.
O Governo português anunciou em maio passado que se prepara para introduzir mudanças nos requisitos para atribuição de vistos para cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), voltando a ser necessário um comprovativo de meios de subsistência até arranjarem trabalho, refere a Lusa.
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