O Presidente da República considerou hoje que Cabo Verde é um espaço de encontro e de diálogo entre culturas e civilizações, um trabalho que, acredita, a Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém tem desempenhado bem.
José Maria Neves fez essa consideração em declarações à Inforpress, no final da visita que efectuou à Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém (ACSSC), à margem da sua deslocação a Portugal para participar na cerimónia oficial de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, que aconteceu esta quinta-feira, a convite do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Aqui a associação serve dezenas de comunidades, não só cabo-verdianos, mas também europeus, russos, ucranianos, portugueses e também da América Latina, de vários países, de vários países africanos e essa é a essência de Cabo Verde, uma possibilidade de encontro e de diálogo entre culturas e civilizações”, considerou.
José Maria Neves considerou ainda que Cabo Verde pode ser um factor de paz, de estabilidade, útil na sua região e onde todos possam se encontrar, tendo acrescentado que para um país pequeno como Cabo Verde, é preciso “procurar ser um espaço de encontro, de liberdade, de democracia e de oportunidades”.
“Um país onde todos possam viver com dignidade e ser também um país que recebe bem e que cuida do diálogo, da solução negociada de conflitos e esta parece ser a vocação de Cabo Verde e da Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém”, frisou José Maria Neves.
Por sua vez, a presidente da ACSSC, Gracinda da Luz, concordou com o Presidente da República, indicando que nos seus 41 anos, a associação “tem crescido imenso”, com várias gerações a trabalharem em prol das comunidades.
“Começamos com uma nacionalidade [cabo-verdiana] e hoje temos 51 nacionalidades que contam connosco. Estamos muito à frente do nosso tempo, porque aqui é uma casa para toda a gente e que pode vir para ter apoio social, apoio na sua valorização, na promoção da sua cultura e a parte social”, explicou.
Conforme ela, a instituição que dirige disponibiliza todo o leque de serviço em um único espaço de serviço das comunidades imigrantes, com um trabalho segmentado, reconhecido e a trabalhar com instituições municipais que reconhecem também o trabalho da organização.
“Os desafios são muitos, porque o fluxo migratório actualmente é grande e como trabalhamos com diferentes nacionalidades sentimos isso. Neste momento sentimos que a liberdade está sendo posta em causa em relação aos nossos imigrantes, porque muita gente considera importante termos os imigrantes, mas temos uma grande massa que considera já não ser tão importante. Por isso, temos que trabalhar aqui a nossa integração e o próprio acolhimento para espelharmos o nosso trabalho”, sustentou.
Em relação à visita do Presidente da República à associação, Gracinda da Luz entende que a mesma acontece nove anos depois de ter feito a última visita, como primeiro-ministro, para inaugurar a sede da ACSSC, por isso entendeu que é “um reconhecimento real” do trabalho que tem feito, mostrando que fazem parte de Cabo Verde.
Na visita à associação, com presença da comunidade cabo-verdiana em Sines, José Maria Neves esteve acompanhado pelo embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, pelo ministro das Comunidades, Jorge Santos, a primeira dama, Débora Carvalho, o presidente da Câmara Municipal de Sines, os vereadores da autarquia e outros dirigentes de instituições no concelho estiveram também presentes.
A Semana com Inforpress
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