O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) criticou hoje os dez anos de governação do Movimento para a Democracia (MpD, poder) considerando a “percepção negativa” dos cabo-verdianos “um reflexo real” do país.

“Senhor primeiro-ministro, que tipo de amor é esse que diz ter por Cabo Verde, que não protege, que não respeita e que não dignifica os cabo-verdianos”, questionou Janira Hopffer Almada.A parlamentar contestou igualmente “as longas filas” para pedidos de visto, para emigração de “forma forçada”, aumento da lista de espera na saúde e falta de reagentes nos hospitais.Lamentou ainda dificuldades das famílias, “com custos na educação”, além da “falta de uma política para o turismo, agricultura e também de conexão inter-ilhas”.

A afirmação foi feita pela deputada Janira Hopffer Almada em nome da bancada parlamentar do PAICV, no discurso de abertura do último debate sobre o Estado da Nação desta legislatura, na Assembleia Nacional.

Para a deputada, que começou por felicitar as mulheres africanas neste que é o Dia Internacional da Mulher Africana, os dez anos de governação do MpD foram de "muita desesperança, de intensa propaganda, de perseguição e de clara degradação do nível de vida” dos cabo-verdianos.

“Quem em Cabo Verde não se lembra do slogan deste partido: ‘O meu partido é Cabo Verde e Cabo Verde tem solução’”, frisou.

O PAICV cobrou um conjunto de “promessas” do MpD liderado por Ulisses Correia e Silva “não executado”, sublinhando que o crescimento económico médio de 3,3% não é sentido pela população.

“A prometida dívida pública transformou-se num aumento de 200 milhões de contos para 312 milhões de contos sem investimentos estruturantes. Por isso mesmo, dois terços da população cabo-verdiana avaliam negativamente a sua atuação na gestão da economia”, apontou.

Também, o PAICV questionou os 45 mil empregos dignos prometidos, afirmando que se traduziram na “destruição de mais de 20 mil empregos”, mesmo com “a saída massiva de jovens” de Cabo Verde para o exterior à procura de emprego.

“Senhor primeiro-ministro, que tipo de amor é esse que diz ter por Cabo Verde, que não protege, que não respeita e que não dignifica os cabo-verdianos”, questionou Janira Hopffer Almada.

A parlamentar contestou igualmente “as longas filas” para pedidos de visto, para emigração de “forma forçada”, aumento da lista de espera na saúde e falta de reagentes nos hospitais.

Lamentou ainda dificuldades das famílias, “com custos na educação”, além da “falta de uma política para o turismo, agricultura e também de conexão inter-ilhas”.

A parlamentar eleita nas listas do maior partido da oposição lembrou ainda os “avanços herdados” do PAICV, como o crescimento do PIB, investimentos no mundo rural e infraestrutura, “abandonados pelo actual Governo”.

Janira Hopffer Almada concluiu que o Governo “não serve Cabo Verde” e defendeu a necessidade de mudança de rumo do país, com o PAICV, para liderar “um projeto de governação que priorize reformas, investimentos e políticas sociais inclusivas”.

A Semana com Inforpress