Cabo Verde entra hoje no período oficial de campanha eleitoral para as nonas eleições autárquicas (ver rubrica Especial Autárquicas 2024 neste jornal), marcadas para 01 de dezembro, embora o apelo ao voto nos 22 municípios já se faça ouvir há algumas semanas.
Um dos focos de interesse, este ano, será a disputa na capital, Praia, onde o PAICV volta a apostar em Francisco Carvalho – que há quatro anos conquistou a autarquia a Óscar Santos, que se recandidatava pelo MpD (hoje é governador do banco central do arquipélago).O MpD destacou o ex-ministro da Cultura e do Mar, Abraão Vicente, para tentar reconquistar o maior município do país.
Há 62 listas a concorrer às câmaras municipais, com os dois partidos que se têm alternado no Governo do país, Movimento pela Democracia (MpD, no poder) e Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), a serem também os únicos a concorrer em todos os concelhos.
O MpD lidera o mapa autárquico: nas oitavas e últimas eleições municipais, a 25 de outubro de 2020, em plena pandemia da covid-19, ganhou em 14 câmaras, enquanto o PAICV venceu em oito.
Para o MpD foi uma vitória agridoce: manteve mais de metade dos municípios do país, mas perdeu a capital, Praia, e menos outras três autarquias.
Em 2016, o PAICV tinha ficado reduzido a duas câmaras, crescendo para oito em 2020 (Boavista, Mosteiros, Praia, São Domingos, Santa Cruz, São Filipe, Ribeira Grande de Santiago e Tarrafal).
Um dos focos de interesse, este ano, será a disputa na capital, Praia, onde o PAICV volta a apostar em Francisco Carvalho – que há quatro anos conquistou a autarquia a Óscar Santos, que se recandidatava pelo MpD (hoje é governador do banco central do arquipélago).
O MpD destacou o ex-ministro da Cultura e do Mar, Abraão Vicente, para tentar reconquistar o maior município do país.
Estas autárquicas são as últimas antes das eleições legislativas e presidenciais previstas para 2026, podendo ajudar a definir o panorama político.
As eleições estão marcadas para um domingo, 01 de dezembro, decorrendo a campanha eleitoral até à meia-noite da sexta-feira anterior.
A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), terceira força parlamentar, apresenta-se em 11 municípios, o Partido do Trabalho e da Solidariedade concorre em dois e há ainda cinco candidaturas de grupos independentes de cidadãos.O Partido Popular candidata-se a três assembleias municipais, sem listas concorrentes a câmaras.
Este ano há 10 forças a concorrer (cinco partidos políticos e cinco movimentos de cidadãos), mas há quatro anos eram 16 (quatro partidos e 12 movimentos), uma redução que a presidente da CNE, Maria do Rosário Pereira, disse representar “uma diminuição da competitividade eleitoral de que os cidadãos precisam para escolher”.
“Pode demonstrar uma necessidade de reforçar o tecido democrático, um trabalho que tem de ser permanente para evitar retrocessos”, referiu, na quarta-feira, num ponto de situação do processo eleitoral.
Cerca de 352 mil eleitores estão inscritos, um aumento de cerca de dez mil face às últimas eleições, as Presidenciais de outubro de 2021.
Cerca de metade estão em três municípios: a capital, Praia, na ilha de Santiago, com 26% dos eleitores, 16% no município de São Vicente, que cobre toda a ilha com o mesmo nome e inclui o Mindelo, segunda cidade mais populosa do arquipélago e 8% em Santa Catarina, no interior da ilha de Santiago.
Do lado oposto, com o menor número de votantes, estão os municípios de Brava (4.618), Santa Catarina do Fogo (4.275) e Tarrafal de São Nicolau (4.245), com menos de cinco mil eleitores.
Entre os inscritos há 3.369 estrangeiros, com maior expressão nas ilhas turísticas, Boavista e Sal, onde representam respetivamente 10% e 4% do total de eleitores.
A logística eleitoral vai envolver 1.079 mesas de voto no dia da votação.
A Semana com Lusa
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