Confirmada a vitória do republicano nos Estados mais decisivos, a corrida presidencial está fechada: Trump será o 47.º presidente dos EUA e apenas o segundo na História do país a ser reeleito para um segundo mandato não consecutivo (não acontecia desde o século XIX).
É a primeira vez desde o final do século XIX que um presidente conquista um segundo mandato não consecutivo – não acontecia desde Grover Cleveland. E esse não foi o único recorde que Trump bateu nestas eleições: segundo as contagens provisórias, terá sido o primeiro republicano em 36 anos a vencer em Miami-Dade, um condado consistentemente democrata do seu Estado-natal. Sendo um Estado de tendência republicana, é de notar como a Florida se apresentou bem cedo na contagem de votos como prova de fogo do que viria a acontecer um pouco por toda a América: uma viragem total à direita (no caso floridiano, Trump derrotou Biden com uma vantagem de três pontos percentuais – quatro anos depois, a vantagem terá rondado os 13%.)
A corrida foi renhida, mas não tão renhida quanto as sondagens chegaram a prever. Ao longo da madrugada desta quarta-feira, o ex-presidente foi conquistando vários dos seis Estados-chave onde tinha perdido para Joe Biden em 2020, a par da Carolina do Norte, o único dos sete decisivos onde o ainda presidente democrata perdeu para Trump há quatro anos.
A tal ponto Trump foi somando e seguindo que, por volta das 06:30 da manhã (hora de Lisboa), parecia seguro que, se conquistasse a Pensilvânia, seria o vencedor – já perto das 07:00, a Fox News foi a primeira a conceder-lhe esse Estado, o mais decisivo de todos, e minutos depois das 07:00, quase todos antecipavam a sua vitória naquele Estado – com Mike Johnson, líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, a anunciar o “presidente eleito Donald Trump”. Mas foi pelo Wisconsin que chegou a proclamação da vitória, pelas 10:30 de Lisboa, precisamente o Estado que o colocou no topo quando ganhou em 2016: Trump recuperou este Estado (que Biden ganhou por curtíssima margem em 2020) e somou também os dez votos eleitorais em disputa, ultrapassando os 270 necessários para garantir a presidência (277, neste momento).
Mesmo ainda sem a totalidade dos votos apurada noutros Estados decisivos, estava ultrapassada a fasquia de 270 votos no Colégio Eleitoral para vencer – e anuladas as contas que chegaram a ser feitas para um potencial volte-face de Kamala Harris nas horas ou dias vindouros. “É uma vitória esmagadora em todas as frentes”, declarou o ex-presidente no púlpito da sua sede de campanha, na Florida, pelas 07:30 em Lisboa. "Vamos ajudar a sarar este país."
Em 2020, também foi rápido a clamar vitória, demasiado rápido, viria a provar-se, considerando que quatro dias depois da ida às urnas as contagens finais deram a vitória a Biden por uma curta margem – mas, em 2020, o mapa ao longo da noite eleitoral foi sendo pintado de uma forma bem diferente. Desta vez, Trump estava certo: não foram precisos dias nem sequer muitas horas após as últimas urnas fecharem para se fecharem também as contas do Colégio Eleitoral e se confirmar o retorno do empresário tornado político à Casa Branca, o mesmo que surpreendeu meio mundo com a sua primeira vitória em 2016.
É a primeira vez desde o final do século XIX que um presidente conquista um segundo mandato não consecutivo – não acontecia desde Grover Cleveland. E esse não foi o único recorde que Trump bateu nestas eleições: segundo as contagens provisórias, terá sido o primeiro republicano em 36 anos a vencer em Miami-Dade, um condado consistentemente democrata do seu Estado-natal. Sendo um Estado de tendência republicana, é de notar como a Florida se apresentou bem cedo na contagem de votos como prova de fogo do que viria a acontecer um pouco por toda a América: uma viragem total à direita (no caso floridiano, Trump derrotou Biden com uma vantagem de três pontos percentuais – quatro anos depois, a vantagem terá rondado os 13%.)
As análises ao longo dos próximos dias e semanas hão-de explicar ao detalhe o que aconteceu, desde o impacto que a posição dúbia de Kamala Harris quanto à guerra em Gaza pode ter tido entre os eleitores árabes de Estados-chave como o Michigan até ao peso – ou falta dele – da questão do aborto na corrida presidencial. Por agora, resta olhar para o Projeto 2025 (o ano em que Trump tomará posse) ou consultar a sua Agenda 47 (será o 47.º presidente dos EUA) para levantar o véu e tentar antever o futuro da América, e por arrasto do resto do mundo.
Os analistas também irão debruçar-se sobre o que falhou nas sondagens e analisar como Trump conseguiu conquistar grupos demográficos importantes em valores suficientes para derrotar a rival democrata nas urnas e no Colégio, à cabeça os homens jovens, a quem pediu que saíssem de casa para votarem a rodos nele. Como lembrava há uma semana o editor de política da CNN Internacional, tendencialmente as mulheres votam mais do que os homens, sobretudo entre as camadas mais jovens – desta vez isso pode ter sido revertido, ou pelo menos igualado, a favor do republicano. As análises o dirão.
A Semana com CNN
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