Opinião de Germano Almeida. Se Kamala confirmar favoritismo no Michigan e Wisconsin, é caso para dizer que as mulheres da Pensilvânia podem levá-la à Casa Branca - esses três chegam para a democrata ganhar.
1- MULHERES DEMOCRATAS EM GRANDE VANTAGEM NA PENSILVÂNIA
Dos 102 mil novos votantes no "early vote" na Pensilvânia (mais que a diferença de 80 mil entre Biden e Trump há quatro anos no estado), os democratas levam vantagem sobre os republicanos de 65 mil para 37 mil.
Com enorme peso feminino: 43 mil mulheres democratas já votaram na Pensilvânia, para apenas 17 mil mulheres republicanas.
Nos homens a diferença é bem menos: 24 mil democratas para 18 mil republicanos.
Se Kamala confirmar favoritismo no Michigan e Wisconsin, é caso para dizer que as mulheres da Pensilvânia podem levá-la à Casa Branca - esses três chegam para a democrata ganhar. Já na Carolina do Norte e na Geórgia os primeiros sinais do voto antecipado parecem favorecer os republicanos, com forte influência do voto presencial (na Pensilvânia o voto tem sido por correspondência).
Kamala tem índices de favorabilidade bem melhores que Trump (diferença de quase 10 pontos), mas é herdeira de um incumbente impopular (Biden).
Terá conseguido demarcar-se suficientemente desse risco? Os próximos dois dias farão diferença em relação a isto? A democrata só é candidata presidencial há 100 dias - Trump tem estado em campanha presidencial há quase uma década.
2 - TRUMP VAI DECLARAR VITÓRIA
Não fazemos ideia sobre quem ganhará a eleição, mas já sabemos que Donald Trump vai declarar vitória bem cedo na noite eleitoral.
A estratégia de Trump é cada vez mais clara: se ganhar, está ganho; se perder declara vitória e milhões de americanos vão acreditar. Vindo isto de um antigo Presidente dos EUA que pode voltar a ser, é uma estratégia perturbadora e disruptiva. Vai funcionar? Pelo menos, vai lançar os EUA para a confusão e para o caos. Mas isso, como vimos entre 2017 e 2021, é algo que Donald Trump não se coíbe de fazer, para seu mero interesse pessoal e egoísta. O interesse nacional é algo que ele nem sequer pondera.
E a Democracia americana no meio disto tudo? Terá, possivelmente, o maior teste de "stress" da sua História.
Há quatro anos, tremeu, mas não caiu. Resistiu. E agora? O secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, disse que o estado foi alvo de desinformação eleitoral, apontando para um vídeo viral de suposta fraude eleitoral que ele sugeriu poder ser resultado de intromissão estrangeira.
O vídeo original teve bem mais de meio milhão de visualizações e supostamente mostrava um imigrante haitiano alegando que votou várias vezes em Kamala.
Raffensperger, o principal funcionário eleitoral no estado decisivo, disse que o vídeo era "obviamente falso" e tinha como objetivo levantar preocupações ilegítimas sobre o processo de votação na Geórgia. Ele disse que está trabalhando com autoridades estaduais e federais para "combater" o vídeo e "identificar sua origem".
Por isto e muito mais, foi criado um fundo para proteger legalmente os funcionários da Geórgia que serão responsáveis pelo processo eleitoral no estado. As ameaças da campanha Trump não são um receio: já aconteceram, e muitas, no pós vitória Biden em 2020.
A Semana com SIC Notícias
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