A Embaixada de Cabo Verde em Portugal afirmou esta terça-feira, em Lisboa, que aguarda com serenidade os resultados das investigações que já foram anunciadas sobre a morte do cabo-verdiano Odair Moniz, depois de ser baleado pela polícia.
O cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e pai de três filhos, morreu na madrugada desta segunda-feira depois de ter sido atingido a tiros pela PSP, no Bairro da Cova da Moura, situação que gerou uma onda de contestação no bairro de Zambujal, onde residia, também no município de Amadora, onde residem milhares de cabo-verdianos e seus descendentes.
Em comunicado oficial citado pela Inforpress, a representação diplomática cabo-verdiana, ao tomar conhecimento da morte de Odair Moniz, em consequência de tiro com arma de fogo empunhada por agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), no Bairro da Cova da Moura, concelho de Amadora, “lamenta profundamente tal ocorrência e apresenta à família enlutada e aos amigos mais chegados as suas mais sentidas condolências”.
“Esta Embaixada aguarda com serenidade os resultados das investigações que já foram anunciadas, acreditando que elas serão conduzidas com rigor, competência e objectividade, procurando apurar a verdade, sem olhar às suas consequências”, lê-se no comunicado.
Conforme a mesma fonte, a justiça deve funcionar, esclarecendo cabalmente os factos e imputando responsabilidades, se esse for o caso, pois só deste modo se reforça a confiança na justiça e nas instituições.
“Esta missão diplomática, acreditando no sistema de justiça vigente, promete acompanhar muito de perto este processo, na medida do possível, e dispensando apoios aos familiares mais directos nesse âmbito, se tal se vier a mostrar útil ou necessário”, garantiu.
Não obstante a natural consternação e choque que a morte violenta provoca, a Embaixada de Cabo Verde, em Lisboa, apelou “à calma e à serenidade, pois que a solução só pode ser encontrada num ambiente onde impere a aplicação criteriosa da lei e a paz social”.
“A firmeza na reivindicação do que achamos justo não é incompatível com o ambiente de calma e serenidade para apuramento dos factos e eventuais responsabilidades decorrentes”, concluiu.
Morte de Odair e protestos
Conforme ainda a Inforpress, o cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e pai de três filhos, morreu na madrugada desta segunda-feira depois de ter sido atingido a tiros pela PSP, no Bairro da Cova da Moura, situação que gerou uma onda de contestação no bairro de Zambujal, onde residia, também no município de Amadora, onde residem milhares de cabo-verdianos e seus descendentes.
A vítima acabou por falecer no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, para onde foi socorrida depois de ter sido baleada, segundo comunicado oficial da polícia, que explicou que antes dos disparos, o suspeito, que estava a ser perseguido pelas autoridades, entrou em despiste e abalroou vários veículos, e os agentes viram-se forçados a disparar porque o mesmo desobedeceu a uma ordem policial e tentou ameaçá-los com uma arma branca.
Um inquérito criminal e disciplinar foi aberto, ordenado pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e a Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI) está a investigar o ocorrido.
Na noite desta segunda-feira, prossegue a mesma fonte,um grupo de moradores do Zambujal incendiou caixotes de lixo e carros, e atiraram pedras às forças policiais, em represália.
A SOS Racismo e o Movimento Vida Justa já condenaram a morte na Cova da Moura, e criticaram a PSP, e contestando a versão da polícia exigindo uma comissão independente para “investigar as mortes em circunstâncias estranhas que ocorrem na periferia” de Lisboa.
Esta terça-feira, Zambujal amanheceu aparentemente calma, mas agentes da PSP, que na noite da segunda-feira e madrugada de terça-feira cercaram o bairro, continuam no local a acompanhar a situação.
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