segunda-feira, 23 dezembro 2024

Parlamento/Debate: PAICV diz que Governo está a afundar sistema educativo cabo-verdiano e que é preciso fazer pazes com classe docente

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O líder da bancada do  PAICV disse hoje, na casa parlamentar  durante o debate sobre a Educação, que  analisando as ações concretas do Governo, fica claro que está a afundar o sistema educativo cabo-verdiano. João Baptista Freire alertou que  para que se possa falar de excelência da Educação, é decisivamente mister fazer as pazes com a classe docente.

 

Não podemos permitir que a administração escolar continue a ser um jogo de interesses políticos. As escolas são organizações complexas, e dirigir uma escola requer mais do que ser amigo do Governo. É preciso competência, conhecimento e paixão pelo ensino”, salientou.

 

 

Conforme João Baptista,em seu discurso inicial,   o Governo gaba-se de ter iniciado uma reforma curricular que supostamente iria alinhar o sistema educativo cabo-verdiano com os dos países da  Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

 .Contudo, o objetivo de uma reforma educativa, a nosso ver, não deve ser copiar modelos estrangeiros. Deve ser, isso sim, resolver os desafios específicos do nosso sistema educativo e preparar os nossos jovens para enfrentarem as realidades nacionais”, disse o líder parlamentar do maior partido da oposição no debate sobre a Educação.

Segundo fundamentou, a verdadeira excelência educacional surge quando o sistema responde às necessidades do país e não quando se tenta forçá-lo a parecer-se com o de outros países.

Acrescentou que  alinhar-se com sistemas externos pode até ser um resultado desejável, mas nunca o ponto de partida de uma reforma.

O deputado salientou que o grande erro nisso tudo foi a exclusão dos professores das reformas.

Os professores são os atores centrais de qualquer mudança educacional, e sem o seu envolvimento ativo qualquer reforma está condenada ao fracasso. “, ressaltou

Ele enfatizou que a  abordagem de cima para baixo que o Governo tem adotado só tem contribuído para aumentar o descontentamento e a ineficácia nas nossas escolas. E que além disso, a proposta de adequação dos Estatutos dos Professores é preocupante. “Adequar não significa substituir”, fundamentou.

 

 Injustiças do PCFR e  administração escolar

 

Batista afirmou  que  o que  o Governo propõe é uma funcionalização dos professores, tratando-os como meros funcionários públicos, “o que é um erro grave”.

Sobre o  Plano de Carreiras, Funções e Remunerações do Pessoal Docente(PCFR), Batista disse que  tal como proposto, “perpetua injustiças na categorização dos professores, introduz confusão e injustiça na distinção entre professores do ensino básico e do ensino secundário e desincentiva a qualificação dos professores”.

 Quando deveria-se promover um sistema onde os docentes se sintam encorajados a continuar os seus estudos e a melhorar constantemente as suas competências. “O Governo tem repetido com frequência a frase “Oferecer Educação de Excelência”, mas é preciso perguntar: excelência para quem? Excelência baseada em quê?”, questionou.

Disse que  a verdade é que esta frase tem sido usada mais como propaganda do que como compromisso sério com o futuro da educação em Cabo Verde.

Segundo dirigiu ao Ministro da Educação, Baptista fundamentou  que a excelência não se consegue no vazio e muito menos com práticas de gestão escolar ineficazes e desestruturadas, defendendo que o  fator mais importante na qualificação da Educação é o professor, seguido da direção da escola.

Baptista Freire alertou,  no entanto,  «que temos em Cabo Verde são  professores desvalorizados» e uma relação de constante conflito com o Governo, que oito anos depois, ainda, não conseguiu “e nem se mostra capaz ”  de estabilizar a classe docente.

Criticou  que as direções das escolas, por seu turno, foram transformadas em locais de distribuição de favores políticos, ocupadas por pessoas sem a devida competência para dirigir instituições tão importantes, o que, objetivamente, prejudica o ensino, diminui a qualidade das escolas e promove a mediocridade.

Senhor Ministro, para que possamos falar de excelência da educação, é decisivamente mister fazer as pazes com a classe docente”, disse.

Baptista indagou que as direções das escolas, por sua vez, precisam ser ocupadas por profissionais qualificados e comprometidos com o progresso educacional.

Não podemos permitir que a administração escolar continue a ser um jogo de interesses políticos. As escolas são organizações complexas, e dirigir uma escola requer mais do que ser amigo do Governo. É preciso competência, conhecimento e paixão pelo ensino”, salientou.

Ainda na sua intervençao inicial no debate sobre a Educação, João Baptista  concluiu que que para Cabo Verde, enquanto pequeno arquipélago com uma diáspora vibrante e grandes ambições, o investimento estratégico na educação não é apenas uma necessidade, mas sim um imperativo nacional.

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Opiniões e Feedback

Xalala
17 days 22 hours

Vai investigar nada Bundão!

Valdo de Pina
19 days 19 hours

O UCS só ouve a própria voz, numa sinfonia desafinada que ecoa a era de Carlos Veiga no poder. Duas relíquias teimosas,

Teste
29 days 10 hours

Isto é somente um teste. Porque não vejo os comentários das pessoas debaixo da notícia como antes?

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